Prefeitura monitora equipes de UBSs com horário estendido
Devido ao atraso no pagamento de salários por vários dias e uma médica plantonista da UBS Mary Dota ter se recusado a atender pacientes até o final do plantão, a Prefeitura de Bauru informa que vai monitorar as unidades de saúde com profissionais contratados pela Organização Social (OS) Mahatma Gandhi. Em nota encaminhada ao Jornal da Cidade e JCNET, o Executivo Municipal afirmou que os plantões noturnos deverão ser cumpridos normalmente. “Em caso de descumprimento, a Prefeitura tomará as medidas legais cabíveis”, complementa o texto.
Conforme o JCNET noticiou, na noite de quinta-feira (28), uma médica de plantão no período noturno da UBS Mary Dota se recusou a atender pacientes até o final usando como justificativa o atraso do salário. Ela tem um pagamento pendente com a OS Mahatma Gandhi.
A médica atendeu 15 pacientes e disse que encerraria as consultas por conta do atraso. O vereador Júnior Rodrigues (PSD) foi até o local acompanhar o caso e interceder para que a médica seguisse com o trabalho. A maior parte dos pacientes, porém, desistiu.
Segundo relatou o parlamentar, a profissional se recusava a atendê-lo e foi necessário que um funcionário da prefeitura, representando a Secretária de Saúde, fosse até o local para intervir na situação. Após o diálogo, ela aceitou receber uma jovem que precisava de uma receita para um medicamento especial. A médica cumpriu o restante do plantão, mas não havia outros pacientes no local.
Na visão do vereador, o comportamento da profissional de saúde se caracteriza como uma omissão. “Ela estava deixando de atender à população. Se veio para o plantão, então tem que atender. Caso contrário, deveria ter ficado em casa. Ela vai receber pelo dia trabalhado, mesmo que com atraso”, afirma.
Ele destaca, ainda, que há uma placa na frente da UBS que afirma que os atendimentos são por “livre demanda”, ou seja, quem chegar ao local dentro do horário de funcionamento (das 19h às 23h) pode ir ao consultório.
O CONTRATO
A Prefeitura de Bauru informou que a Justiça determinou a manutenção do contrato com a OS Mahatma Gandhi por 30 dias, a fim de garantir o atendimento em quatro Unidades Básicas de Saúde (UBSs) que funcionam em horário estendido.
A organização é alvo de uma operação do Ministério Público que investiga um esquema de corrupção e lavagem de dinheiro.
A OS é responsável apenas pelas equipes médicas e de enfermagem no período das 19h às 23h, de segunda a sexta-feira, e aos sábados, das 8h às 18h, em 4 unidades de saúde.
Na segunda-feira (25), um interventor da organização informou ao município que as contas da entidade estavam bloqueadas e que poderia solicitar que os pagamentos fossem feitos diretamente aos médicos. Até agora, a formalização não foi enviada.
A prefeitura também lamentou que uma médica tenha recusado atendimento a parte de seus pacientes e destacou que essa postura não é aceitável. A administração disse ainda que, se houver autorização judicial, efetuará o repasse diretamente aos profissionais para evitar a interrupção dos serviços.
De acordo com o governo municipal, os vínculos trabalhistas dos médicos e enfermeiros são de responsabilidade exclusiva da OS. A prefeitura afirma acompanhar a situação junto aos interventores e manter diálogo constante para assegurar o funcionamento das unidades.
O governo municipal também esclarece que, em caso de paralisação por parte dos funcionários da OS, não haverá impacto no atendimento no horário convencional das unidades de saúde, uma vez que a atuação da organização ocorre apenas no período das 19h às 23h de segunda a sexta-feira, ou seja, no horário estendido após a troca de turno, e aos sábados das 8h às 18h.
Por Jcnet