Porto Seco de Bauru tem alta de 25% na movimentação de carga
O Porto Seco de Bauru alcançou um novo recorde de movimentação de cargas no primeiro semestre deste ano. O terminal registrou crescimento de 25% em comparação com o mesmo período de 2024, totalizando 7.945 contêineres movimentados entre janeiro e junho de 2025. No ano passado, foram 6.378 entre meses idênticos.
O maior crescimento foi nas operações de importação, com um salto de 60% no comparativo com o ano anterior (de 576 contêineres para 921). Gerente da unidade, André Lozigia afirma que os produtos que mais ingressaram são de automação industrial em geral, ou seja, peças para produção de máquinas.
Na avaliação de Lozigia, seria indicativo de aquecimento nas indústrias da região. A compra de peças do tipo indica expansão ou modernização dessas empresas, comenta. Outros itens que se destacaram na importação foram os insumos para a produção de ração animal, sejam eles domésticos ou de grande porte, e equipamentos fitness.
As exportações também cresceram. Foram 22% de aumento no comparativo com o primeiro semestre de 2024 (5.802 contêineres para 7.024) Esse tipo de operação lidera o volume das movimentações, embora o crescimento não tenha sido tão grande quanto o da importação. Segundo o gerente do Porto Seco, os principais produtos que deixaram o País por aqui foram amendoim (3.384 contêineres), com expansão de 39%, e as cargas refrigeradas (3.042 contêineres), que avançaram 8%.
Frutas como o avocado — um dos principais produtos bauruenses — manga e limão integram as chamadas cargas refrigeradas. “A gente tem bastante contato com os produtores e houve um acréscimo grande no plantio e produção em toda a nossa região”, explica Lozigia.
Para ele, o resultado reflete o amadurecimento dos investimentos em infraestrutura e tecnologia implementados nos últimos anos, que ampliaram nossa capacidade de armazenagem, operação e atendimento. ” Isso nos permite atender de forma ainda mais eficiente nossos clientes e contribuir significativamente para o desenvolvimento da região”.
ESTRUTURA
Com área própria de 72 mil m², o Porto Seco Bauru é um terminal alfandegado habilitado pela Receita Federal e pelo Ministério da Agricultura, capaz de realizar desembaraço aduaneiro para exportações e importações, nacionalizar mercadorias e operar com suspensão tributária. Atualmente, a unidade atende cerca de 250 clientes e movimenta uma média anual de 15 mil contêineres, o equivalente a aproximadamente 380 mil toneladas de carga.
Tarifaço impactou pouco nas exportações do terminal local
O tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao Brasil não afetou as exportações do Porto Seco Bauru, segundo o gerente da unidade André Lozigia. De acordo com ele, apenas cerca de 2% das operações do tipo são destinadas aos norte-americanos.
“O tarifaço entrou somente no segundo semestre e não tivemos esse impacto [dados são do primeiro semestre] e nem teremos muito. O principal destino dessas mercadorias é a Europa”, explica.
O limão e o avocado, por exemplo, são destinados em cerca de 90% para os países do velho continente. O amendoim, que liderou no volume de transações, vai 50% para a Europa e o restante se diversifica em países como a Ucrânia, a Rússia e a África.
Lozigia, porém, admite que o tarifaço tem um impacto na cadeia produtiva em geral, considerando o cenário global – não necessariamente a realidade local.
Por Jcnet