Foto: Divulgação Prefeitura de Bauru

São Paulo seguirá vacinando adolescentes mesmo após Ministério da Saúde voltar atrás

O Ministério da Saúde publicou uma nota informativa nesta quarta-feira (15/09), em que volta atrás sobre a vacinação de adolescentes de 12 a 17 anos sem comorbidades. Agora, a orientação do ministério é que não seja feita a vacinação deste grupo.

A nota informativa desta quarta contraria uma outra publicada pela pasta em 2 de setembro, que recomendava a vacinação para esses adolescentes a partir do dia 15.

Em ofício, o Conselho Nacional de Secretarias de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) pediram na manhã desta quinta um posicionamento da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) sobre a aplicação da vacina em adolescentes de 12 a 17 anos.

A decisão do Ministério da Saúde foi tomada dentro de um contexto de aumento dos relatos de falta de vacinas no país, sobretudo para a segunda dose. Além disso, o recuo é o segundo na semana: na quarta-feira, após o ministro Marcelo Queiroga dizer que há “excesso de vacinas”o governo voltou atrás e manteve o intervalo de 12 semanas para a segunda dose da vacina AstraZeneca. A previsão era reduzir para 8 semanas neste mês.

No documento, o Ministério alega seguir uma recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS), de que a vacinação desse grupo seja feita somente nos que apresentem deficiência permanente, comorbidades ou que estejam privados de liberdade, apesar da autorização pela Anvisa do uso da Vacina Cominarty (Pfizer/Biontech).

A nota, entretanto, usa de forma equivocada uma orientação da OMS. Em julho, quando foi anunciada a recomendação do uso de Pfizer para menores de 16 anos, a organização apenas sugeriu que os países priorizassem a população de risco no atual momento da pandemia. A orientação é pautada em um possível compartilhamento de vacinas entre países, de forma a ampliar a imunização mundial.

SP seguirá vacinando adolescentes
O governo de São Paulo lamentou a postura do Ministério da Saúde e disse que a mudança só gera confusão na população.

“A vacinação nessa faixa etária já é realizada nos EUA, Chile, Canadá, Israel, França, Itália, dentre outras nações. A medida cria insegurança e causa apreensão em milhões de adolescentes e famílias que esperam ver os seus filhos imunizados, além de professores que convivem com eles.”

O texto afirma ainda que não irá alterar o cronograma do Programa Estadual de Imunização. A secretaria estadual da Saúde orientou os municípios a seguirem vacinando os adolescentes sem comorbidades.

“Coibir a vacinação integral dos jovens de 12 a 17 anos é menosprezar o impacto da pandemia na vida deste público. Três a cada dez adolescentes que morreram com COVID-19 não tinham comorbidades em São Paulo. Este grupo responde ainda por 6,5% dos casos e, assim como os adultos, está em fase de retomada do cotidiano, com retorno às aulas e atividades socioculturais”.

Ainda de acordo com a pasta, a vacinação dos jovens de 12 a 17 anos começou em SP no dia 18 de agosto e já foram imunizadas cerca de 2,4 milhões de pessoas, ou seja, 72% deste público.

Confira a nota divulgada pelo governo de SP:

O Governo de SP informa que continuará vacinando os adolescentes de 12 a 17 anos de idade por recomendação do Comitê Científico do Estado. A imunização começou em SP no dia 18 de agosto e já foram imunizadas cerca de 2,4 milhões de pessoas, ou seja, 72% deste público.

SP lamenta a decisão do Ministério da Saúde, que vai na contramão da orientação do Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde (Conass) e de autoridades sanitárias de outros países. A vacinação nessa faixa etária já é realizada nos EUA, Chile, Canadá, Israel, França, Itália, dentre outras nações. A medida cria insegurança e causa apreensão em milhões de adolescentes e famílias que esperam ver os seus filhos imunizados, além de professores que convivem com eles.

Coibir a vacinação integral dos jovens de 12 a 17 anos é menosprezar o impacto da pandemia na vida deste público. Três a cada dez adolescentes que morreram com COVID-19 não tinham comorbidades em São Paulo. Este grupo responde ainda por 6,5% dos casos e, assim como os adultos, está em fase de retomada do cotidiano, com retorno às aulas e atividades socioculturais.

Infelizmente, e mais uma vez, as diretrizes do Programa Nacional de Imunização do Ministério da Saúde chegaram com atraso e descompassadas com a realidade dos estados, que em sua maioria já estão com a vacinação em curso.

Por Redação e G1

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