Foto: André Fleury Moraes

Prefeita Suéllen Rosim registra BO contra hacker

A prefeita Suéllen Rosim (PSD) formalizou no último dia 25 um boletim de ocorrência (BO) no qual requer providências contra o hacker Patrick César da Silva Brito, acusado de monitorar desafetos do governo municipal numa contratação que teria sido intermediada pelo cunhado da mandatária, Walmir Henrique Vitorelli Braga.

No registro, a prefeita diz que “vem sofrendo diversos ataques ofensivos e falsas acusações provenientes do sr. Patrick” e que “Patrick tem apresentado, a cada momento, versões diferentes dos acontecimentos, sendo que, nas últimas versões, de forma criminosa, passou a injuriar, difamar e caluniar a declarante [Suéllen]”.

A mandatária afirma ainda que as declarações do hacker são “irresponsáveis e criminosas” e têm “causado gravíssimos danos [a ela]”. Ainda no boletim, Suéllen diz também que “nunca teve qualquer tipo de contato, direto ou indireto, com Patrick” e que sequer o conhece. Ela garante também que as acusações do hacker são inverídicas.

Em nota encaminhada ao JC, o advogado Jeferson Machado, que defende Suéllen Rosim, disse que a prefeita sofre “acusações totalmente infundadas de um criminoso confesso” e que o hacker “vem apresentando confusas, variadas e contraditórias versões, todas sem qualquer elemento de prova, aparentemente amoldando-as convenientemente a interesses de grupos políticos opositores”.

“A defesa também esclarece que, além do início da persecução criminal, também serão adotadas outras medidas junto ao Poder Judiciário”, acrescenta o advogado.

Para além das declarações, esta é a primeira investida de Suéllen contra Patrick na seara criminal e veio quase um ano após a revelação do caso, que se tornou público no ano passado pelo vereador Eduardo Borgo (Novo).

Primeiro disse que chegou a conversar com o hacker, mas que “jamais faria o pagamento do boleto na minha conta pessoal para contratar um serviço que é obviamente ilegal”. Depois, porém, confessou à Corregedoria da Polícia Civil que pagou R$ 1.400 para que o hacker Patrick César da Silva Brito vasculhasse a vida pregressa do jornalista Nelson ‘Itaberá’.

Ele ressaltou, no entanto, que os documentos que pediu eram “praticamente todos públicos”.

Há três semanas, novos documentos do caso vieram à tona e mostram que Patrick, o hacker, movimentou mais de R$ 1 milhão numa conta bancária ligada a um parente. Desse total, o hacker afirma ter recebido R$ 162 mil para monitorar a maior parte dos parlamentares de Bauru, além do vice Orlando Costa Dias.

A CEI instalada na Câmara busca rastrear a origem dos pagamentos – feitos através de aplicações em Certificado de Depósito Bancário (CDB).

Na semana passada, como mostrou a coluna Entrelinhas deste JC, familiares do hacker Patrick Brito abriram mão do sigilo sobre suas contas bancárias – o que pode permitir à CEI rastrear os valores.

Por JCNET

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