Novos bauruenses: Zoo celebra nascimento de filhotes de Sauim-de-Coleira e Sagui-da-Serra-Escuro
A Secretaria de Meio Ambiente divulgou nesta quinta-feira (24/10), o nascimento de um filhote de Sauim-de-Coleira (Saguinus bicolor) e dois filhotes de Sagui-da-Serra-Escuro (Callithrix aurita).
Os animais nasceram na madrugada de segunda-feira (21) e foram identificados pelos funcionários do Zoológico logo no início da manhã, nas costas de suas respectivas mães.
Os nascimentos eram esperados pela instituição pelo fato de os animais estarem há quase um ano pareados. Por serem animais de pequeno porte, não havia certeza da prenhez, já que nestas espécies é difícil diagnosticar uma gestação sem exames específicos.
De acordo com Samantha Pereira Lima, Diretora do Zoo de Bauru, a comemoração do Zoológico de Bauru veio em dose tripla. “As duas espécies de primatas, estão ameaçadas de extinção e fazem parte do Plano de Manejo de Conservação Ex Situ, firmado por meio de Acordo de Cooperação Técnica em Abril de 2018, entre a Associação de Zoológicos e Aquários do Brasil (AZAB) e o Instituto Chico Mendes para Conservação da Biodiversidade (ICMBio), sendo que o Zoológico de Bauru participa do programa para as duas espécies”, explica.
De acordo com a Diretora, este plano de manejo é importante, pois estimula a reprodução de espécies ameaçadas, prezando pela conservação genética dos indivíduos, melhorando as chances de sucesso de futuras reintroduções desses primatas em seus ambientes naturais.
Em outubro de 2023, o Parque Zoológico Municipal de Bauru recebeu a fêmea de Sagui-da-Serra-Escuro, oriunda do Centro de Conservação dos Sagui da Serra (CCSS), localizado em Viçosa – MG. Em fevereiro de 2024, chegaram dois primatas machos (um Sauim-de-coleira e um Sagui-da-Serra-Escuro) do Centro de Primatologia do Rio de Janeiro (CPRJ). A chegada dos machos, à época, foi marcada pelo fato de os animais serem trasladados por meio do transporte solidário realizado pela LATAM, que é apoiadora do Programa, como forma de facilitar o deslocamento desses indivíduos entre as instituições.
A fêmea de Sauim-de-Coleira, vive no Zoológico de Bauru desde 2011 e possui uma grande importância para o plano de manejo pela sua genética, conforme orientação técnica dos gestores do Plano de Manejo de Conservação Ex-situ.
Tanto o Sauim-de-Coleira, quanto o Sagui-da-Serra-Escuro, estão vivendo em recintos no setor de visitação do Zoológico de Bauru e podem ser avistados pelo público, que deve ser muito atencioso para visualizar os filhotes, pois eles são pequenos e ficam escondidos nas costas ou região ventral dos pais.
Sauim-de-coleira
Espécie de primata endêmica da floresta amazônica brasileira, encontrada apenas no estado do Amazonas, mais especificamente nas cidades de Manaus, Rio Preto da Eva e Itacoatiara. Sofre com a fragmentação da floresta causada pela expansão desordenada das cidades, queimadas, predação de animais domésticos e até atropelamento, ocasionando grande diminuição na população.
Primata considerado criticamente ameaçado de extinção, dono de uma aparência singular, seu nome científico faz alusão a sua pelagem bicolor, com metade do corpo coberto por pelos brancos e a outra metade castanha. De forma destoante do resto, sua cabeça é pelada e preta, o que ressalta suas orelhas pontudas. Quando adulto, podem medir de 32 a 42 centímetros e pesar entre 450 e 550 gramas. Os sauins vivem em grupos familiares formados por dois a dez indivíduos. Onívoros, em vida livre, alimentam-se de frutos carnosos, pequenos insetos, aracnídeos, caramujos, rãs e lagartos. Quando mantido em zoológico, sua dieta é baseada em frutas, ovos, verduras, carnes e ração.
Sagui-da-serra-escuro
Sagui-da-serra-escuro, também é conhecido popularmente como sagui-caveirinha, é uma espécie de pequeno primata da família Callitrichidae, que pesa em média 420 gramas, quando adulto e encontra-se ameaçado de extinção.
Com um habitat restrito à Mata Atlântica da região sudeste, principalmente em áreas florestadas nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, os saguis vivem em grupos, em média, de dois a doze indivíduos. Onívoros, em vida livre alimentam-se de insetos e frutos, exsudatos de plantas, como seiva, goma, resinas e látex, e até de fungos encontrados em bambu; no zoológico, sua dieta é baseada em frutas, ovos, verduras, carnes e ração.
Espécie endêmica da Mata Atlântica, a perda da cobertura original e a fragmentação do seu habitat estão entre as principais ameaças aos saguis-da-serra-escuro. Outra ameaça relevante é a competição por recursos e o risco de hibridização (mistura entre as diferentes espécies), podendo resultar em apagamento genético.