Imagem: Criação Canva

Ministério da Saúde emite alerta às secretarias sobre risco de nova variante

O Ministério da Saúde emitiu, nesta sexta-feira, um alerta de risco às secretarias de saúde sobre a nova variante do coronavírus identificada na África do Sul. De acordo com a comunicação da pasta, até a manhã desta sexta-feira, nenhum caso da variante foi identificado no Brasil.

O comunicado orienta as redes para que façam notificação imediata caso haja detecção de casos da nova cepa. Segundo a pasta, em caso de diagnóstico suspeitos em pacientes vindos de países com histórico dessas variantes, as redes devem monitorar viajantes com sintomas por até 14 dias e sem sintomas por até 7 dias.

O alerta enviado pelo Ministério da Saúde foi destinado a rede Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (Cievs), que reúne todo o sistema de vigilância do país, incluindo entes federais, estaduais e municipais.

” A variante B.1.1.529 foi identificada no dia 23 de novembro de 2021 na África do Sul, e no dia 25 de novembro de 2021 foi emitido alerta sobre nova linhagem que contém mais de 30 mutações na proteína Spike, que é a principal proteína do SARS-CoV-2, que é o alvo principal das respostas imunológicas dos organismos”, informa o alerta do Ministério, acrescentando:

“Essas mudanças foram encontradas em variantes como Delta e Alfa e estão associadas à infecciosidade elevada e à capacidade de evitar anticorpos bloqueadores de infecção.”

Nesta sexta-feira, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou uma nota técnica recomendando a suspensão imediata de voos que venham da África do Sul, Botsuana, Eswatini, Lesoto, Namíbia e Zimbábue.

O órgão orienta ainda que o governo brasileiro suspenda em caráter temporário a entrada no Brasil de viajantes estrangeiros com passagem por esses países nos últimos 14 dias, a menos que se enquadrem em exceções a serem estabelecidas pelos órgãos de imigração do país.

Na quinta-feira, a Anvisa divulgou notas enviadas à Casa Civil nas quais a agência recomenda que o Brasil exija comprovante de vacinação para entrada no país. Representante do Fórum de Governadores, o governador do Piauí, Wellington Dias, apoiou medida.

Dias afirma ainda que o Brasil tem uma “janela temporal de oportunidade em relação ao continente europeu” para observar a dinâmica da doença e o cenário de vacinação, corrigindo possíveis erros.

Perigo
A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a B.1.1.529 como uma “variante de preocupação” e escolheu como nome “omicron”. Com essa classificação, a nova variante foi colocada no mesmo grupo de versões do coronavírus que já causaram impacto na progressão da pandemia: alfa, beta, gama e delta. Ainda não se sabe se ela é mais transmissível ou mais letal: a própria OMS diz que precisará de semanas para compreender melhor o comportamento da variante.

Ainda é cedo para dizer o quão transmissível ou perigosa é a variante B.1.1.529. Isto porque ela ainda está restrita a uma província sul-africana. Mas um pesquisador já a classificou como “horrível”, enquanto outro disse à reportagem que ela é a pior já vista.

Em uma entrevista coletiva, o professor Tulio de Oliveira, diretor do Centro para Resposta Epidêmica e Inovação, na África do Sul, disse que foram localizadas 50 mutações no total — e mais de 30 na proteína spike (a “chave” que o vírus usa para entrar nas células e que é alvo da maioria das vacinas contra a Covid-19).

Oliveira, que é brasileiro, disse que a variante carrega uma “constelação incomum de mutações” e é “muito diferente” de outros tipos que já circularam. “Esta variante nos surpreendeu, ela deu um grande salto na evolução [e traz] muitas mais mutações do que esperávamos”.

Até agora, foram confirmados 77 casos na Província de Gauteng, na África do Sul; 4 casos em Botsuana; 1 em Hong Kong (uma pessoa que voltou de uma viagem à África do Sul), 1 em Israel (uma pessoa que voltou do Malaui) e 1 na Bélgica (uma pessoa que voltou de uma viagem ao Egito).

Por Redação/G1

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