Em busca de saúde e educação, grupo de indígenas de Avaí viaja até Brasília
Em uma viagem de mais de 17 horas de ônibus, 90 indígenas da Terra de Araribá, em Avaí (39 quilômetros de Bauru), se dirigem a Brasília, neste domingo (21), para o 20º Acampamento Terra Livre (ATL), maior encontro de povos indígenas do Brasil. Em busca de melhoria na educação e na saúde dos povos indígenas do interior, a comissão busca ajuda para arcar com os custos da viagem.
Lilya Eloy, 34 anos, moradora da aldeia Tereguá, é uma das organizadoras da viagem. Ela destaca a importância da mobilização em busca de melhores condições, sobretudo na educação e na saúde; da garantia de direitos; e como forma de demonstrar a resistência da cultura indígena.
De acordo com Lilya, há uma dificuldade em conseguir apoiadores para o evento este ano. “Conseguimos dois ônibus, mas ainda tem os outros custos, como alimentação durante a viagem”, conta. A delegação que seguirá para Brasília conta com cerca de 90 indígenas, entre eles crianças e idosos.
A Arpinsudeste (Articulação dos Povos Indígenas da Região Sudeste) está realizando uma vaquinha online para contribuir com os custos da viagem, e toda ajuda é bem vinda. Os interessados em colaborar com a causa podem doar qualquer valor por meio da chave Pix: 03.565.606/0001-62 (CNPJ).
Há 20 anos, o Acampamento Terra Livre mobiliza aldeias indígenas do país todo para discutir e exigir os direitos dos povos originários do Brasil. Este ano, o encontro, que será realizado entre os dias 22 e 26 de abril, em Brasília, tem como tema “Nosso marco é ancestral. Sempre estivemos aqui”.
REPRESENTAÇÃO
O cacique Chicão Terena, da aldeia Kopenoti, que representa o Estado de São Paulo no Conselho Estadual dos Povos Indígenas do Brasil, indicado pela Arpinsudeste, participou, nesta quinta-feira (18), da posse do Conselho Nacional de Políticas Indigenistas, reativado após ser extinto no governo anterior.
“É um momento muito importante da luta dos povos indígenas para que a gente possa dialogar com governo federal visando à solucionar os vários problemas existentes nos territórios indígenas com relação à saúde e educação”, diz. Para ele, a mobilização da próxima semana ajudará a fortalecer essa luta.
Por Jornal da Cidade
