Foto: Pedro França/Agência Senado

Conflito Israel-Hamas chega ao terceiro dia com cerca de 1.400 mortes no Oriente Médio

Chega ao terceiro dia o novo conflito armado mundial. Tropas israelenses seguem em combate, nesta segunda-feira (9), após o ataque mais sangrento em décadas no país, registrado no último sábado (7). Entre os dois lados, cerca de 1.400 pessoas morreram e outras milhares estão feridas.

O país do Oriente Médio declarou Estado de Alerta de Guerra na manhã de sábado (7) após um ataque pelo grupo militante palestino Hamas. Combatentes invadiram o território israelense pelo sul do país e cerca de cinco mil foguetes atingiram o local a partir da Faixa de Gaza.

Até o momento, pelo menos 800 pessoas morreram em Israel e cerca de 500 ficaram feridas. O grupo Hamas afirma ter mais de 100 reféns capturados, entre soldados e civis. O grupo matou a tiros cerca de 260 jovens israelenses em um festival de música realizado na região Sul, próxima a faixa de Gaza.

Israel respondeu em escala nunca antes vista com a operação Espadas de ferro, dezenas de aviões de combate bombardearam pontos da Faixa de Gaza logo após o ataque do Hamas. O contra-ataque na Palestina já matou mais de 500 pessoas, segundo autoridades de saúde palestinas.

Nas últimas 48 horas, o governo israelense convocou 300 mil reservistas. Civis palestinos de regiões no norte e leste da Faixa de Gaza receberam orientação para deixar suas casas, mas os moradores dizem não ter para onde fugir.

Israel afirma que o controle das áreas foi retomado, porém confrontos ocorrem ainda nesta segunda-feira (9) em diversas regiões em que homens armados do Hamas estão escondidos desde a operação letal.

Nesta segunda-feira (9), Israel atingiu um campo de refugiados palestinos com mais de 500 ataques aéreos e de artilharia. O Hamas ameaçou executar um refém civil israelense em resposta a cada novo bombardeio contra moradias de civis em Gaza sem aviso prévio.

O porta-voz do grupo disse que estão agindo de acordo com as instruções islâmicas ao manter os reféns israelenses sãos e salvos, e culpou a intensificação de bombardeios israelenses e o assassinato de civis dentro de suas moradias por ataques aéreos pela medida anunciada de execução dos prisioneiros.

Conflitos em Gaza

Desde 2007, o Hamas controla a Faixa de Gaza, território palestino que fica na costa oeste de Israel e faz fronteira com o Egito. Quatro guerras ocorreram no local, mas o conflito dos último dias é considerado o maior em 50 anos. O número de mortes aumenta conforme os combates, por terra, ar e água se intensificam.

O grupo é entendido como terrorista por Israel, Estados Unidos, União Europeia e Reino Unido. De acordo com o Hamas, a operação tem como fim retomar o território e atrair a atenção para a situação do povo palestino.

A retaliação de Israel atingiu uma escala nunca vista, apesar das quatro guerras em Gaza desde que o Hamas assumiu o controle da região, há 16 anos.

Reação mundial

Diversos líderes mundiais se pronunciaram condenando o ataque do movimento palestino Hamas e manifestando solidariedade a Israel.

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, condenou o ataque do Hamas a Israel. Em comunicado, Guterres disse estar consternado com os relatos de que civis foram atacados e raptados em suas casas e manifestou condolências às famílias dos mortos. O secretário-geral fez um apelo para a libertação de todas as pessoas raptadas e manifestou todos os esforços diplomáticos para evitar uma conflagração mais ampla.

Em rede social, o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, repudiou o terrorismo em todas as formas e disse que o Brasil não poupará esforços para evitar a escalada do conflito. Na condição de presidente do Conselho de Segurança da ONU, Lula conclamou a comunidade internacional a conduzir uma solução que garanta a existência de um Estado Palestino economicamente viável.

Comunidade brasileira em Israel

O Ministério das Relações Exteriores (MRE) do Brasil informou que está monitorando a situação das comunidades brasileiras em Israel e na Palestina. Até o momento, foram identificados três brasileiros desaparecidos e um ferido após o conflito, que já recebeu alta do hospital e se encontra bem.

O monitoramento está sendo realizado pela Embaixada do Brasil em Tel Aviv, em Israel, e do Escritório de Representação em Ramalá, na Palestina. São estimados 14 mil brasileiros residentes em Israel e 6 mil brasileiros na Palestina, a grande maioria fora da área afetada pelos ataques. Cerca de 1 mil brasileiros hospedados em Tel Aviv e em Jerusalém estão interessados em voltar ao Brasil, a maioria é de turistas que estão em Israel. 

Um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) decolou de Natal (RN) neste domingo (8) com destino a Roma, na Itália, para repatriar os brasileiros que tentam sair da Palestina ou de Israel. A expectativa da FAB é que o avião siga da Itália e pouse em Tel Aviv, em Israel, até esta terça-feira (10) para a primeira repatriação de brasileiros. O primeiro dos seis aviões que o governo brasileiro mobilizou já está em Roma, na Itália.

Por Redação, com informações de Agência Brasil, Agência Reuters

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