Alesp ganha a Frente Parlamentar LGBTQIAPN+ que visa a diversidade das políticas públicas
A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), parlamento estadual com mais deputados assumidamente LGBTQIAPN+ no Brasil, passa a contar com uma Frente Parlamentar em defesa desta comunidade. O grupo coordenado pelo deputado Guilherme Cortez (PSOL) teve seu lançamento oficial nesta quarta-feira (29), com um evento concorrido que contou com a participação de ativistas, grupos organizados e diversos parlamentares simpáticos à causa.
“Mais do que falar sobre as nossas dores, essa Frente Parlamentar vai tratar sobre os avanços que a gente ainda precisa ter. Não queremos mais aceitar que o Estado de São Paulo e o Brasil não estejam abertos para a população LGBT. Esse é um momento muito importante para a gente somar forças entre os deputados, mas, acima de tudo, com os movimentos da comunidade que, tantas vezes, não se sentem acolhidos dentro dessa Casa. Não tem mais ‘volta para o armário’. O movimento LGBT não vai tolerar mais nenhum retrocesso. Não vamos mais aceitar um Estado ou uma Assembleia que não seja para nós também”, afirmou Cortez.
Pouco antes do início do evento, a deputada Paula da Bancada Feminista (PSOL) protocolou na Casa o Projeto de Lei 1.054/2023, que institui a Política Estadual de Proteção à População LGBTQIAP+ do Estado de São Paulo, intitulado “Armário Nunca Mais”. O objetivo é criar mecanismos para coibir e prevenir de fato a violência contra a comunidade. Para isso, os integrantes da Frente Parlamentar pretendem atuar na criação de políticas públicas que abracem a diversidade sexual e de gênero nas áreas da Saúde, Educação, Esporte, Trabalho e Emprego.
“O objetivo da nossa Frente é somar esforços para que possamos desenvolver e aprovar leis e políticas públicas para equilibrar essas desigualdades e corrigir as vulnerabilidades em todos os âmbitos. Trabalhamos por uma escola inclusiva, que ensine as próximas gerações a respeitarem a diversidade humana. Lutamos por uma Saúde integral para a comunidade LGBT e ainda precisamos ter políticas públicas de empregabilidade no mercado formal. É muito trabalho que temos que fazer porque, infelizmente, ainda em 2023, temos muito o que avançar para alcançarmos um Estado que, de fato, respeite todas as pessoas”, comentou Cortez.
Marcando presença no encontro, Carolina Iara, codeputada intersexual do PSOL, reforçou a necessidade de manter viva a luta por espaço e voz no Parlamento Paulista. “Antes nós não estávamos em espaços como a Alesp. Agora, estamos. É algo a ser celebrado. Mas, como minha avó dizia, não podemos sentar no sucesso. É uma luta permanente para fazer com que as políticas que estamos propondo também andem na Casa”, disse.
Ainda de acordo com a codeputada, é importante que a Assembleia se debruce nas políticas públicas necessárias para essa população. “Não podemos mais ignorar as demandas dessa parcela da sociedade. Precisamos de políticas integrais de assistência, proteção, empregabilidade e todos os direitos sociais garantidos. Esse debate precisa acontecer na Casa para que as conquistas sejam ampliadas. Trabalhando por essa comunidade, nós também atuamos por toda a sociedade, porque essas pessoas têm famílias e estão integradas em outros grupos. Então, cada avanço LGBT impacta outros segmentos sociais”, apontou Carolina.
Por Alesp