Foto: Guilherme Oliveira/Prefeitura de Bauru

SP suspende início da vacinação de adolescentes até regularização da entrega de doses pelo Ministério da Saúde

O governo de São Paulo anunciou no início da tarde desta quarta-feira (05/08), que a vacinação para adolescentes no estado, prevista para começar em 18 de agosto, está suspensa temporariamente até que o repasse das doses da vacina contra Covid-19 pelo Ministério da Saúde seja regularizado.

“O início de vacinação dos adolescentes do estado de são Paulo está neste momento com a sua data de início em aberto. Isto se deu por conta da redução do envio proporcional de vacinas da Pfizer para o estado de São Paulo”, disse o secretário executivo da Saúde, Eduardo Ribeiro.

Segundo a gestão estadual, foram repassadas 228 mil doses da Pfizer de um total de 456 mil a que São Paulo teria direito na divisão proporcional entre os estados (o critério é o tamanho da população). O governo de São Paulo disse que o montante representa 10,8% das doses repassadas aos estados e que as entregas anteriores ultrapassam, ao menos, 20% do total distribuído pelo país.

De acordo com Eduardo Ribeiro, caso este fato se repita, a “vacinação do grupo de adolescentes do estado de São Paulo estará definitivamente prejudicada” quanto a data programada. Já que os jovens, de 12 a 17 anos, por enquanto, só podem tomar a vacina da Pfizer. Ela é a única aprovada pela Anvisa para esta faixa etária.

Justiça
O governo de São Paulo anunciou que vai entrar na Justiça contra o governo federal por conta da redução na quantidade de vacinas enviadas para o estado no último repasse de doses da Pfizer. A ação deve ser feita através da Procuradoria Geral do Estado.

“Nós acionaremos o poder judiciário para discutir o critério adotado e o percentual operacionado na data de ontem”, disse a procuradora geral do estado, Lia Porto, em coletiva de imprensa nesta quinta-feira.

Imbróglio
Ontem (4), o secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn, protocolou um ofício junto ao Ministério da Saúde solicitando que as outras 228.150 doses que estavam previstas inicialmente sejam entregues em até 24 horas. Ofício, que, de acordo com o Secretário, ainda não foi respondido.

No entanto, em coletiva, o Ministério da Saúde negou que tenha prejudicado o estado de São Paulo na distribuição de vacinas contra a Covid-19. O secretário-executivo do Ministério da Saúde, Rodrigo Moreira da Cruz, afirmou que não há um percentual fixo de doses para cada estado e que o objetivo neste momento é diminuir a diferença do avanço da imunização pelo país.

Cruz também afirmou que a decisão de distribuição das doses não é feita de maneira unilateral pelo Ministério da Saúde, já que participam das reuniões o Conass (conselho de secretários estaduais de saúde) e o Conasems (conselho das secretarias municipais de saúde).

De acordo com a secretária extraordinária para Covid, Rosana Leite de Melo, houve uma “compensação” no lote da Pfizer porque São Paulo já teria recebido mais doses de outros imunizantes, como o do Butantan.

“O fato de o Butantan ser localizado em São Paulo, eles podem fazer a retirada direta desse imunizante lá, assim como o Rio de Janeiro também faz a retirada direta do imunizante da Astrazeneca, mas respeitando sempre as avaliações do INCQS e tudo a mais. O que ocorre muitas vezes, por alguma falha de comunicação, pode-se retirar um quantitativo a mais. Por conta da equidade, a gente acaba fazendo algumas compensações e pode ser que [o estado] não entenda, mas nós estamos sempre abertos para responder”, disse a secretária na quarta-feira.

Em nota e também na coletiva realizada hoje, o governo de São Paulo disse que o Ministério da Saúde mentiu ao dizer que o estado ficou com mais doses da vacina do Butantan.

“É mentirosa a afirmação da secretária extraordinária de enfrentamento à Covid-19, Rosana Leite de Melo, que o Estado de SP ficou com mais doses da vacina do Butantan conforme afirmado em entrevista coletiva do Ministério da Saúde hoje”, diz o texto.

Por Redação/G1/Agência Brasil

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