Secretaria de Saúde promove ações no Outubro Verde
O Dia Nacional de Combate à Sífilis e à Sífilis Congênita, no terceiro sábado do mês de outubro, em em alusão ao Outubro Verde, foi instituído pelo Ministério da Saúde para enfatizar a importância do diagnóstico e do tratamento adequados da doença na gestante durante o pré-natal e da sífilis em ambos os sexos como doença sexualmente transmissível.
Em Bauru, a Secretaria de Saúde promove nesta quinta-feira (19) o treinamento ‘Capacitação para notificação de sífilis no Sistema Salus’, voltada aos profissionais de saúde da atenção primária e das unidades de referência do município. O evento presencial será realizado das 14h às 17h, no Departamento de Saúde Coletiva, localizado na rua Machado de Assis, 15-60, e ministrado pelo enfermeiro e doutor em Enfermagem, Ezequiel Aparecido dos Santos. As inscrições estão disponíveis pelo link https://sites.bauru.sp.gov.br/educacaoemsaude/inscricoes_abertas.aspx?t=i. O Salus consiste em um sistema de monitoramento em tempo real dos casos de sífilis com o objetivo de integrar ações da Vigilância Epidemiológica e atenção primária para cruzamento de dados de casos não tratados. O sistema foi desenvolvido pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
A DOENÇA
A sífilis é uma infecção bacteriana sistêmica, de evolução crônica, causada pelo
Treponema pallidum. Se não tratada apresenta progressão ao longo de muitos anos, sendo classificada em sífilis primária, secundária, latente recente, latente tardia e terciária.
A sífilis congênita é a doença transmitida da mãe com sífilis não tratada ou tratada de forma inadequada para criança durante a gestação. Por isso, é importante a assistência pré-natal e a testagem durante a gravidez e, se o resultado for positivo, tratar corretamente a mulher e sua parceria sexual, para evitar a transmissão. São complicações da doença o aborto espontâneo, o parto prematuro, a má formação do feto, surdez, cegueira, alterações ósseas, deficiência mental e até a morte ao nascer.
A maior parte dos bebês com sífilis congênita não apresentam sintomas ao nascimento. Porém, as manifestações clínicas podem surgir nos primeiros três meses, durante ou após os dois anos de vida da criança. As crianças expostas à sífilis de mães que foram adequadamente tratadas durante a gestação devem ser avaliadas e investigadas no momento do parto, para descartar a possibilidade de sífilis congênita, bem como em consultas posteriores com realização de testes.
TRANSMISSÃO
A doença é transmitida através de relações sexuais desprotegidas, sangue ou produtos com resíduos sanguíneos como agulhas contaminadas, ou transfusão com sangue não testado, da mãe para o filho em qualquer fase da gestação ou no momento do parto (sífilis congênita) e pela amamentação.
SINTOMAS
Os sinais e sintomas da sífilis variam de acordo com o estágio da doença como ferida, geralmente única, no local de entrada da bactéria que pode ser no pênis, vulva, vagina, colo uterino, ânus, boca, ou outros locais da pele, surgindo entre 10 a 90 dias após o contágio. Essa lesão é rica em bactérias, normalmente não dói, não coça, não arde e não tem secreção, podendo estar acompanhada de ínguas na virilha. Manchas no corpo podem surgir entre seis semanas e seis meses do aparecimento e cicatrização da ferida, acompanhadas de febre, mal-estar, dor de cabeça ínguas pelo corpo. As lesões cutâneas, ósseas, cardiovasculares e neurológicas podem surgir de dois a até 40 anos após o início da infecção.
Uma pessoa pode ter sífilis e não saber porque a doença pode aparecer e desaparecer, mas continuar latente no organismo. Por isso a importância da proteção, como o uso de preservativos durante as relações sexuais e da realização de testes. Importante também o tratamento correto se a infecção for detectada, pois o não tratamento da sífilis pode levar a várias outras doenças e complicações, inclusive à morte.
TRATAMENTO
O tratamento é feito com antibióticos, e deve ser acompanhado com exames clínicos e laboratoriais para avaliar a evolução da doença e estendido aos parceiros sexuais. A sífilis é uma infecção curável, mas nas formas mais graves da doença, a falta de tratamento pode levar à morte.
Assim como o HIV, a hepatite B e a hepatite C, a sífilis é diagnosticada através do teste laboratorial. Em Bauru, esse procedimento é oferecido gratuitamente pelo Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) e por todas as unidades da rede de atenção primária, onde existe uma capacitação contínua para atender a população. Os testes são realizados mediante agendamento na unidade mais próxima do usuário.