Secretaria de Cultura recebe a 1ª edição do ‘Prêmio Tereza de Benguela’

Realizada nesta terça-feira (26), a primeira edição do prêmio “Tereza de Benguela”, na Secretaria de Cultura. O evento foi realizado pelo Conselho Municipal da Comunidade Negra de Bauru em parceria com coletivo Formando Mentes Coletivas, Movimento Negro Unificado de Lins e com apoio da Secretaria Municipal de Cultura.

A premiação integra a programação do Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra e Dia Internacional da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha, data instituída em 25 de julho de 2014, pela então presidente Dilma Roussef. No evento desta terça-feira foram homenageadas 12 mulheres negras bauruenses, em diferentes segmentos da sociedade.

Esthefania Roberta de Oliveira (PCD), Márcia de Abreu Mathias (Líder Comunitária) Cleonice Viana Celestino (Educação), Elisabeth de Oliveira Bonfim (Saúde)
Fátima Elizabeth Bastos de Oliveira (Assistência Social), Jessica Alexandre Pedro (Afro empreendedora), Thaisa Moura Barcelo (Thaisa Barcellos – Comunicação),
Joelma Maria de Moura Rodrigues (Jô Moura – Arte e Cultura), Greice dos Santos Luiz (Comércio), Agnes Analua Barbosa ( MulherTrans) Dafne Geovana Pereira (Esporte), Helena Aparecida da Silva (mãe Helena de Obá) – religião de Matriz Africana/ Afro Brasileira.

A premiação tem como objetivo dar visibilidade à trajetória, vida e atuação cotidiana das homenageadas no enfrentamento às discriminações por uma sociedade mais digna e igualitária.

Participaram das homenagens a secretária de Cultura, Tatiana Sa, a presidente do Conselho da Comunidade Negra de Bauru, Sebastiana Fátima Gomes, a vereadora Estela Almagro, a presente da OAB/Bauru, Márcia Negrisoli Polettini, o presidente da Comissão da Igualdade Racial da OAB/Bauru, Alex Pablo Muro Lopes, a presidente do Conselho Municipal de Política Públicas para Mulheres, Maria da Glória Reis, além de representantes das secretarias de Cultura e Bem-Estar Social.

QUEM FOI TEREZA BENGUELA:

Tereza Benguela viveu no século XVIII e foi casada com José Piolho, que chefiava o Quilombo do Piolho até ser assassinado por soldados do Estado. O Quilombo do Piolho também era conhecido como Quilombo do Quariterê (a atual fronteira entre Mato Grosso e Bolívia). Esse quilombo foi o maior do Mato Grosso. Com a morte de José Piolho, Tereza se tornou a líder do quilombo, e, sob sua liderança, a comunidade negra e indígena resistiu à escravidão por duas décadas.

O Quilombo do Quariterê abrigava mais de 100 pessoas, com destacada presença de negros e indígenas. Tereza navegava com barcos imponentes pelos rios do pantanal. E todos a chamavam de “Rainha Tereza”.

O Quilombo, território de difícil acesso, foi o ambiente perfeito para Tereza coordenar um forte aparato de defesa e articular um parlamento para decidir em grupo as ações da comunidade, que vivia do cultivo de algodão, milho, feijão, mandioca, banana, e da venda dos excedentes produzidos.

A rainha Tereza comandou a estrutura política, econômica e administrativa do quilombo, mantendo um sistema de defesa com armas trocadas com os brancos das vilas próximas. Os objetos de ferro utilizados contra a comunidade negra que lá se refugiava eram transformados em instrumentos de trabalho, visto que dominavam o uso da forja.

Não se tem registros de como Tereza morreu. Uma versão é que ela se suicidou depois de ser capturada por bandeirantes a mando da capitania do Mato Grosso, por volta de 1770, e outra afirma que ela foi assassinada e teve a cabeça exposta no centro do Quilombo.

O Quilombo resistiu até 1770, quando foi destruído pelas forças de Luís Pinto de Sousa Coutinho. A população na época era de 79 negros e 30 índios.

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