Foto: Pedro Romualdo/Câmara de Bauru

Oposição retira pedido de CEI da Educação e Câmara arquiva investigação do caso hacker

No início da sessão da Câmara desta segunda-feira (8), o vereador Eduardo Borgo (Novo) pediu a retirada do pedido de abertura de uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) para apurar a suspeita sobre a compra dos materiais escolares e dos uniformes da rede municipal de ensino. Pouco depois, o presidente da Câmara, Júnior Rodrigues (PSD), arquivou o pedido de instauração de investigação para apurar o caso envolvendo o cunhado da prefeita Suéllen Rosim (PSD), Walmir Henrique Vitorelli, que teria contratado um hacker para espionar desafetos do governo municipal.

Educação

Eduardo Borgo pediu a retirada da CEI da Educação logo após o plenário da Casa ter rejeitado, por 8 votos a 7, um requerimento do parlamentar solicitando a ampliação da quantidade de membros da CEI para sete – a princípio são cinco. A avaliação dele é de que a base governista teria maioria na CEI caso a comissão fosse composta por cinco integrantes.

A Casa ainda analisa um outro pedido de instauração de CEI, também formalizado pela oposição, para apurar o caso que envolve a suspeita sobre a compra dos materiais escolares e os uniformes da rede municipal de ensino encontrados em terrenos baldios.

Nesta última há três frentes de investigação, na avaliação dos parlamentares ouvidos pelo Jornal da Cidade: o processo de compra, relacionado à documentação interna das justificativas para a aquisição, por exemplo; a licitação em si, sobre a qual os vereadores vão de debruçar para avaliar se houve alguma irregularidade; e o cumprimento do contrato.

A suspeita sobre os materiais escolares veio especialmente após a matéria publicada pelo JC que mostrou o histórico de pendências judiciais envolvendo o dono da empresa que vendeu kits de materiais à prefeitura – ele já chegou a ser preso acusado de corrupção.

No caso dos uniformes, por sua vez, os vereadores devem apurar os motivos pelos quais houve um exponencial aumento de até 90% no valor de cada peça, na comparação com o ano passado, após denúncia da vereadora Estela Almagro.

Hacker

Júnior Rodrigues (PSD), presidente da Câmara, arquivou nesta terça-feira (8) o pedido de instauração de investigação para apurar o caso envolvendo Walmir Henrique Vitorelli, que teria contratado o hacker Patrick César da Silva Brito para espionar desafetos do governo municipal. Vitorelli é cunhado da prefeita Suéllen Rosim (PSD).

A vereadora Estela Almagro (PT) e o jornalista Nelson ‘Itaberá’ foram as vítimas do episódio, segundo confessou o próprio hacker, Patrick César da Silva Brito.

O arquivamento decorreu da falta de integrantes suficientes na investigação sobre Walmir Henrique Vitorelli. O vereador Eduardo Borgo havia pedido para que os colegas mantivessem na CEI os mesmos parlamentares que compuseram a Comissão Temporária que apurou o mesmo caso, que já foi finalizada e emitiu relatório que está sob sigilo porque há documentos confidenciais.

Apesar da solicitação, o vereador Markinho Souza (MDB), líder “informal” do governo Suéllen Rosim – como tem sido chamado pelos seus pares -, abriu mão de integrar o colegiado. Nenhum partido manifestou interesse na sequência.

Mas pouco depois a oposição sinalizou que comporia a CEI. Foi quando Júlio César (PP), que antes se recusou a participar, levantou e indicou a si mesmo. “Uma vontade súbita de participar”, ironizou a vereadora Estela Almagro (PT).

Por Jornal da Cidade

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