Foto: Divulgação/AgênciaSP

Operação SP Sem Fogo: focos de incêndio caem 86% em agosto no estado

O estado de São Paulo teve queda de 86% no número de focos de incêndio em agosto em relação ao mesmo período do ano passado. Foram 494 focos de queimadas no mês passado, redução significativa em relação aos 3.612 observados em agosto de 2024. Os dados são do programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O número total de focos no mês de agosto ficou abaixo ainda da média histórica para o período, que é de 1.014.

O resultado se dá em um momento de fortalecimento das ações do Governo de São Paulo no combate e prevenção a queimadas com a Operação SP Sem Fogo. A ação é uma parceria entre as Secretarias de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil), Segurança Pública e Defesa Civil do Estado. Durante o período de estiagem, a operação entra na fase vermelha, com intensificação dos trabalhos.

Uma das principais inovações deste ano foi a criação da Sala SP Sem Fogo, no Centro de Gerenciamento de Emergências, que permite monitorar em tempo real focos de calor, direção do vento e umidade do ar. A estrutura auxilia na previsão de cenários críticos e no acionamento rápido de equipes.

Também foi implementado um sistema de alerta georreferenciado, que envia notificações automáticas sempre que focos surgem próximos a unidades de conservação, permitindo ação imediata das equipes.

Para este ano, a Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística implementou mudanças na legislação ambiental visando coibir queimadas ilegais. As alterações na Resolução SIMA 05/2021, publicadas em abril, estabelecem punições mais severas para a utilização irregular do fogo em áreas rurais.

A principal mudança é a criação de uma multa específica para proprietários rurais que não adotarem medidas preventivas contra incêndios florestais, com valores que variam entre R$ 5 mil e R$ 10 milhões. A norma também aumenta as penalidades para quem provocar incêndios em áreas produtivas ou vegetação sem autorização, com multas de R$ 3 mil por hectare atingido, podendo dobrar em casos mais graves, como incêndios em terras indígenas. A legislação anterior previa multa de até R$ 1,5 mil por hectare.

A Fundação Florestal destinou R$ 11 milhões iniciais à operação, com contratação de bombeiros civis, aeronaves, aquisição de equipamentos e retirada de vegetação seca em áreas estratégicas. O DER, por sua vez, destinou mais de R$ 300 milhões à conservação de rodovias, incluindo ações contra incêndios.

O Corpo de Bombeiros capacitou 1,9 mil agentes e outros 900 estão em treinamento. A Polícia Ambiental reforçou ações de educação e fiscalização. Até o momento, 3 mil agentes de 600 municípios foram capacitados pela Defesa Civil para integrar a operação.

O inverno com mais nebulosidade e chuvas também contribuiu para o resultado, ao reduzir as condições climáticas favoráveis à propagação de fogo.

Criada em 2023, a Operação SP Sem Fogo já entregou 348 veículos a municípios prioritários, além de kits de combate a incêndios. Em 2025, serão contratadas aeronaves também para monitoramento e adquiridos, pela primeira vez, 20 caminhões-pipa.

Por AgênciaSP

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