Foto: Guilherme Matos

Obras no Calçadão: Prefeitura diz que falha no projeto não vai atrasar entrega no prazo

A Prefeitura de Bauru admite que o projeto executivo da obra de revitalização do Calçadão da rua Batista de Carvalho, no Centro, está incompleto e não contemplou as canaletas subterrâneas que drenam água pluvial no local. Afirma, porém, que ninguém sabia que elas existiam e que isso não será impeditivo ao término da obra dentro do prazo de 14 meses, previsto no edital.

O posicionamento do governo vem na esteira de declarações de vereadores do município criticando a morosidade para se terminar a reforma na quadra 1 do Calçadão, pela qual a reforma começou, e apontando erros no projeto da obra.

“É um projeto de reforma e o maior problema com que nós nos deparamos neste primeiro quarteirão, que não era de conhecimento da prefeitura, são as existências dessas canaletas. Isso não estava previsto no projeto”, reconhece a secretária de Obras, Pérola Zanotto. “Agora esperamos que nos quarteirões seguintes isso não seja um problema, até porque já estamos avaliando medidas corretivas para a primeira quadra. Agora, é esperado que isso aconteça num projeto dessa magnitude? Sim, é”, complementou.

Críticas na Câmara

Na segunda-feira (15), durante a sessão legislativa da Câmara de Bauru, não faltaram críticas ao andamento da obra. Especialmente pelas queixas dos comerciantes, que realizaram manifesto conjunto pedindo agilidade na reforma.

O vereador José Roberto Segalla (União Brasil), que já havia criticado os problemas em torno da revitalização do Calçadão na sessão do dia 15, reafirmou as declarações durante entrevista ao programa Cidade 360.º nesta quarta-feira (17).

“Eu conheço a empresa, conheço o engenheiro responsável. O problema aqui não é a quantidade de funcionários”, afirmou, em alusão ao fato de que parte das críticas decorrem do baixo efetivo de colaboradores da empresa no local. “Poderia ter 20 funcionários que não haveria o que fazer”, ressaltou.

Segalla afirmou também que o projeto contém vícios. “O erro está no projeto. O projeto que foi entregue têm falhas absurdas que precisam ser refeitas. Se está projetado errado, tem que parar e corrigir. É essa perda de tempo que gerou o problema”.

A secretária Pérola afirmou ao JC que já discutiu a questão das canaletas com a empresa responsável pela obra e disse que será necessário um aditivo ao valor original para remunerar a empreiteira pelo serviço que a princípio não estava previsto no edital.

O contrato com a empresa foi assinado no fim de dezembro do ano passado, com início previsto para a segunda quinzena de janeiro, mas as obras só começaram de fato na terceira semana de fevereiro. A situação, porém, se agravou com o início da reforma.

A quadra 1 teve todo seu pavimento de pedras portuguesas arrancado para a revitalização. O problema é que sobra pouco espaço nas laterais da calçada para a clientela trafegar. Não bastasse o trecho estreito, munícipes ainda precisam desviar de buracos e pedaços de obra soltos. Os empresários afirmam que desde o início da revitalização o fluxo de pessoas e, consequentemente, as vendas caíram bastante.

Um período “segurando as pontas” com esta situação seria aceitável, avaliam os comerciantes. Tanto que, quando anunciou a reforma, a prefeitura informou que estava considerando o bem do comércio. O problema é que tanto os lojistas da quadra 1 quanto os das seguintes se preocupam com a morosidade da reforma. Inicialmente a previsão de conclusão da revitalização das sete quadras era de 14 meses. Passados 50 dias desde o início das obras, porém, a reforma da quadra 1, a primeira, ainda parece longe do fim.

Por Jornal da Cidade

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