Luzes também foram flagradas no Sul de Minas — Foto: Allyson Honório

Objeto luminoso é flagrado no céu de Bauru e região; Observatório de Astronomia da Unesp explica

Moradores de Bauru e região também flagraram, no início da noite desta segunda-feira (19), a passagem de um meteoro pelos céus, assim como aconteceu em diversas cidades do território paulista e até em Minas Gerais. Muitos dos que testemunharam o fenômeno postaram vídeo ou comentários em redes sociais, confira abaixo:

O professor Rodolfo Langhi, coordenador do Observatório Didático de Astronomia da Unesp de Bauru, explica que o lixo espacial que orbita a terra pode ser considerado meteoro, assim como uma rocha proveniente de asteroide ou cometa. No caso desta segunda-feira, Langhi acredita tratar-se de um fragmento de corpo celeste.

“A cada dia a Terra recebe cerca de 40 toneladas em média destas rochas espaciais. A maioria é pequena e podemos observar praticamente toda noite algum meteoro (popularmente chamamos de “estrela cadente”). Sendo pequeninos, do tamanho de grãos de arroz ou menores, eles se desintegram completamente e não caem no solo. Porém, os maiores – e portanto mais raros – brilham significativamente e podem demorar mais para se desintegrar completamente. Alguns fragmentos podem cair em solo. Se encontrados, estes fragmentos são chamados de “meteoritos”. Este foi o caso desse meteoro (…)”, explica o professor.

Langhi destaca que, pelos registros, a possibilidade de ser lixo espacial é remota, pois a velocidade do meteoro não condiz com a velocidade de objetos em órbita da Terra. “Há mais possibilidade de que seja, de fato, um fragmento de asteroide, mas ainda requer mais estudos sobre este caso, inclusive para descobrirmos a massa e tamanho que ele possuía e de qual região do Sistema Solar ele veio”, finaliza.

O Observatório de Astronomia da Unesp faz parte de uma rede nacional de monitoramento de meteoros, que possui diversas câmeras espalhadas por todo o território nacional, a BRAMON (Brazilian Meteor Observation Network), cujos participantes estão ativamente estudando sobre este meteoro para tentarem descobrir sua massa, tamanho, composição, origem e, se houve queda, estimar os possíveis lugares onde seus fragmentos caíram.

DADOS
De acordo com as conclusões preliminares dos estudos realizados pela BRAMON, o meteoro de ontem começou a brilhar na atmosfera sobre Minas Gerais, aproximadamente às 18h38 de ontem e parou seu brilho sobre o estado de São Paulo. Estima-se que ele tenha percorrido, em sua fase brilhante, quase 300 km de distância.

A Bramom explica que o meteoro entrou em um ângulo rasante na atmosfera, o que o fez percorrer uma grande distância a uma altitude razoável, o que colaborou para aumentar sua visibilidade e o tempo de duração. O tamanho aproximado do meteoroide ainda está sendo calculado.

“Existe uma pequena possibilidade de fragmentos terem chegados ao solo, mas ainda é cedo para afirmar, porém se isso aconteceu, eles se espalharam por uma área muito grande uma vez que o meteoro se fragmentou a uma grande altitude. Alguns como o de ontem se destacam pelo brilho e duração, e como esses acontecem poucos por ano no Brasil”, afirma a entidade.

Dados técnicos: A rocha espacial atingiu a atmosfera da Terra em um ângulo de 4,9°, em relação ao solo, e começou a brilhar a 72,0 km de altitude sobre Serra da Piedade, MG. Seguiu a 53,1 mil km/h, percorrendo 442,2 km em 30,0 segundos, e desapareceu a 34,3 km de altitude, sobre o município de Elias Fausto, SP.

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