Novas tarifas em Bauru: conta de água já está mais cara
A conta de água em Bauru já está mais cara. O decreto que autoriza o reajuste na tarifa do Departamento de Água e Esgoto (DAE) foi publicado no Diário Oficial (DO) de sábado (6) e entrou em vigor a partir de então.
O reajuste foi calculado a partir da inflação, que fechou 2023 num acumulado de 4,68%. O valor da tarifa básica cobrada pela autarquia, antes de R$ 42,77, passa agora a R$ 44,50.
A medida, que o governo trata como “recomposição tarifária”, já vinha sendo discutida internamente no Palácio das Cerejeiras. Foi conduzida, entretanto, sob sigilo: pouca gente estava a par do assunto dado o custo político de um reajuste em ano eleitoral, como aponta reportagem do Jornal da Cidade.
A prefeita Suéllen Rosim (PSD), de qualquer forma, descartou manter o preço diante da possibilidade de ampliar a defasagem sobre a tarifa do setor – um problema que o DAE enfrenta há décadas.
Bauru tem hoje uma das tarifas mais baixas do Estado de São Paulo e, de quebra, ainda não trata nem 5% do esgoto produzido nas residências e coletado pela autarquia – a despeito de o DAE receber pelo tratamento.
A defasagem sobre o valor de consumo é também um desafio com o qual a futura concessionária do sistema de esgoto de Bauru terá de lidar caso o projeto que autoriza o governo a terceirizar o serviço seja aprovado na Câmara Municipal.
Nos cálculos da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), contratada pela prefeitura para elaborar a modelagem da concessão do sistema de esgoto, o valor da tarifa subiria a R$ 49,25 depois da terceirização do setor — um acréscimo de 15% em números percentuais.
Um estudo interno elaborado pela Consultoria de Finanças e Orçamento da Câmara de Bauru chegou a uma conclusão diferente.
O levantamento, realizado a pedido da vereadora Chiara Ranieri (União Brasil), apontou que o DAE teria de reajustar o valor da tarifa de água em 58,73% para conseguir se sustentar economicamente caso a concessão se concretize.
O documento diz que o fim da tarifa de esgoto enquanto receita do DAE sem o reajuste do índice sobre a água causaria um buraco de R$ 66 milhões nos caixas da autarquia. O estudo se embasou no próprio orçamento anual do departamento.
A alternativa ao aumento da tarifa seria uma redução de despesas na ordem de 37,5%. Em números gerais, o reajuste sobre a tarifa de água aumentaria em 50,74% o valor final da conta que chega para o contribuinte.
Por JCNet