Júri de PMs denunciados por matar jovem com choque em 2007 começa em Bauru

Começou nesta segunda-feira (22) o julgamento de quatro policiais militares denunciados pelo Ministério Público (MP) por torturar e matar Carlos Rodrigues Júnior, o Juninho, 15 anos, em um caso de grande repercussão em Bauru. Suspeito de ter roubado uma motocicleta, o adolescente foi abordado dentro de casa e, segundo apontaram os laudos periciais, morreu de parada cardiorrespiratória após ser submetido a choques elétricos com dois fios desencapados, o que resultou em 31 lesões em seu corpo.

O caso foi registrado na madrugada de 15 de dezembro de 2007, no Núcleo Mary Dota. Dezesseis anos e quatro meses após a morte, os quatro policiais começaram a ser submetidos a Júri Popular por homicídio com emprego de tortura e por uso de meio que dificultou a defesa da vítima. Na manhã desta segunda, testemunhas – foram 20 arroladas no processo – foram ouvidas.

Até as 19h, o interrogatório dos réus não havia sido iniciado, mas a expectativa era de que esta etapa fosse concluída até o fim da noite. Na sequência, o julgamento seria suspenso para ser retomado às 9h desta terça-feira, com início dos debates, em que as defesas farão suas sustentações orais, com direito à réplica da Promotoria e tréplica dos advogados. Por fim, se houver tempo hábil, ocorre a votação dos jurados e a leitura da sentença. Caso contrario, o Júri poderá ser estendido até quarta-feira.

Após serem informados que uma moto roubada mediante uso de arma de fogo estava na casa de Carlos, conhecido como Juninho, seis PMs foram ao local e ingressaram no imóvel, onde também estavam a mãe e irmã dele. Na denúncia do MP, consta que 5 policiais entraram no quarto do adolescente, que foi imobilizado, algemado e, posteriormente, agredido com descargas elétricas para que confessasse o roubo e o local onde a arma estava. Enquanto isso, um dos PMs teria permanecido do lado de fora do cômodo, para evitar que a mãe e irmã interviessem. Ele não respondeu pelo crime por insuficiência de provas. Outro foi absolvido pelo Júri em 2018, em processo desmembrado.

Por Jornal da Cidade

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