Foto: Divulgação/Governo SP

Da peste bubônica à Covid: Instituto Butantan faz 120 anos

No ano de 1899, um surto de peste bubônica, que se propagava a partir do porto de Santos (SP), levou a administração pública estadual a criar um laboratório de produção de soro para combater a doença. Instalado na então Fazenda Butantan, na zona oeste do município de São Paulo. Dirigido pelo médico cientista Vital Brazil Mineiro da Campanha e então chamado Instituto Serumtherápico, o laboratório foi o embrião do Instituto Butantan, que em 23 de fevereiro de 2021 completa 120 anos de existência.

O Butantan é hoje um destacado centro de pesquisa biomédica, que integra pesquisas científicas e tecnológicas, produção de imunobiológicos e divulgação técnico-científica, buscando a permanente atualização e integração de seus recursos e, com isso, a inovação.

Referência nacional, o Instituto Butantan é o principal produtor de imunobiológicos do Brasil. É responsável por grande porcentagem da produção de soros hiperimunes e grande volume da produção nacional dos antígenos vacinais que compõem as vacinas utilizadas no Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde.

Atualmente, os laboratórios e fábricas do Butantan produzem 12 soros (contra o envenenamento por diversas espécies de cobras, escorpiões, aranhas e lagartas, e contra difteria, tétano, botulismo e raiva) e sete vacinas (contra raiva, HPV, Hepatite A, Hepatite B, Influenza Trivalente, H1N1 e DTPa).

Em 2021, o Butantan também é destaque no combate à Covid-19 com o envase, e, em breve, fabricação da Coronavac. A primeira vacina aplicada no Brasil contra o coronavírus.

Naja
Ainda no ano passado, o Butantan ganhou destaque após se tornar casa da naja de Brasília. Batizada de Nadja em uma votação popular, a serpente, considerada uma das mais venenosas do mundo, picou o estudante de medicina veterinária Pedro Henrique Krambeck, em julho passado, o acidente deu origem a uma investigação sobre o tráfico de animais exóticos no Distrito Federal. Assim que o Instituto reabrir para visitação, a naja poderá ser visitada.

Além de Nadja, o Butantan abriga vários animais, isso porque mantém coleções científicas zoológicas e desenvolve atividades educacionais e culturais por meio de quatro museus: Museu Biológico, Museu Histórico, Museu de Microbiologia e o Museu de Saúde Pública Emílio Ribas.

O Butantan também desenvolve estudos e pesquisa básica nas áreas de biologia e de biomedicina, atuando em parceria com diversas universidades do Brasil e do Mundo, promove capacitação de alunos, oferece cursos de extensões e realiza missões científicas no país e no exterior por meio das Organizações Mundial e Panamericana da Saúde, ONU e da Unicef.

Celebração
Na celebração dos 120 anos o Butantan recebe nesta terça-feira (23/02), homenagens de entidades, artistas e empresários.

Hoje, o Instituto será presenteado com a instalação de um mosaico da artista Claudia Sperb para Museu de Microbiologia; receberá também a doação de uma obra idealizada pelo artista Kobra em homenagem à criação da vacina contra a Covid-19 e à atuação do Instituto no combate à pandemia; a confeitaria especializada em doces artísticos Carlos Bakery, sediada em Nova Jersey, nos Estados Unidos, e com filial em São Paulo, ofereceu um bolo especial para celebrar a trajetória do Instituto; os Correios lançam o selo próprio com imagens das fachadas de duas construções icônicas do Butantan: o Edifício Vital Brazil, mais conhecido como Prédio da Biblioteca ou Prédio Central, e a Planta de Anticorpos Monoclonais (PAM), concluída no primeiro semestre de 2020. Também será emitido um carimbo comemorativo com o mesmo tema, que reproduz a logomarca do Butantan e a inscrição “120 anos” e, por fim, o aniversário será celebrado com um concerto da orquestra Brasil Jazz Sinfônica, o evento será transmitido no canal do Butantan no Youtube.

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