CPI da Covid pede indiciamento de Bolsonaro e outros 67
Apresentado nesta quarta-feira (20/10), pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL), o relatório final da CPI da Covid no Senado sugere que o presidente Jair Bolsonaro seja indiciado pelo conjunto de dez crimes. O documento foi alterado na reta final para retirar a conclusão de que Bolsonaro também teria cometido os crimes de genocídio contra as populações indígenas e homicídio qualificado.
Três filhos do presidente, ministros, ex-ministros, deputados federais e empresários também estão na lista dos pedidos de indiciamento.
O documento será lido nesta quarta-feira na CPI e votado pelo colegiado na próxima terça-feira (26/10). Após essa etapa, as conclusões serão encaminhadas aos órgãos de controle, que poderão abrir processos sobre os supostos crimes apontados. O parecer final pede indiciamentos envolvendo 68 pessoas e empresas.
No caso de Bolsonaro, o relator pede indiciamento por estes crimes:
- epidemia com resultado morte;
- infração de medida sanitária preventiva;
- charlatanismo;
- incitação ao crime;
- falsificação de documento particular;
- emprego irregular de verbas públicas;
- prevaricação;
- crimes contra a humanidade;
- crimes de responsabilidade (violação de direito social e incompatibilidade com dignidade, honra e decoro do cargo)
Demais pedidos de indiciamento
Também foi pedido o indiciamento de três filhos de Bolsonaro, quatro ministros, dois ex-ministros e cinco deputados federais.
Renan quer o indiciamento também de empresários, médicos e blogueiros. O relator identificou, ao longo de 1.180 páginas, o cometimento de mais de 20 crimes.
Veja a lista completa:
Ministros
- Marcelo Queiroga (Saúde) : epidemia com resultado morte e prevaricação
- Onyx Lorenzoni (Trabalho): incitação ao crime e crime contra a humanidade
- Wagner Rosário (Controladoria-Geral da União): prevaricação
- Braga Netto (Defesa): epidemia com resultado morte
Ex-ministros
- Eduardo Pazuello (Saúde): epidemia com resultado morte, emprego irregular de verbas públicas, prevaricação, comunicação falsa de crime e crime contra a humanidade
- Ernesto Araújo (Relações Exteriores): epidemia com resultado morte e incitação ao crime
Filhos
- Eduardo Bolsonaro, deputado federal (PSL-SP): incitação ao crime
- Carlos Bolsonaro, vereador (Republicanos-RJ): incitação ao crime
- Flávio Bolsonaro, senador (Patriota-RJ): incitação ao crime
Deputados
- Ricardo Barros (PP-PR): incitação ao crime, advocacia administrativa, formação de organização criminosa e improbidade administrativa
- Bia Kicis (PSL-DF): incitação ao crime
- . Carla Zambelli (PSL-SP): incitação ao crime
- . Osmar Terra (MDB-RS): incitação ao crime e epidemia culposa com resultado morte
- . Carlos Jordy (PSL-RJ): incitação ao crime
Empresários
- Carlos Wizard: epidemia com resultado morte e incitação ao crime
- Luciano Hang: incitação ao crime
- Otávio Fakhoury: incitação ao crime
- Francisco Emerson Maximiano: falsidade ideológica, uso de documento falso, fraude processual, fraude em contrato, formação de organização criminosa e improbidade administrativa
- Marcos Tolentino: fraude em contrato, formação de organização criminosa e improbidade administrativa
- Raimundo Nonato Brasil: corrupção ativa e improbidade administrativa
- Fernando Parrillo: perigo para a vida ou saúde de outrem, omissão de notificação de doença falsidade ideológica, crime contra a humanidade
- Eduardo Parrillo: perigo para a vida ou saúde de outrem, omissão de notificação de doença falsidade ideológica, crime contra a humanidade
Médicos e ligados à saúde
- Nise Yamaguchi: epidemia com resultado morte
- Paolo Zanotto: epidemia com resultado morte
- Luciano Dias: epidemia com resultado morte
- Mauro Luiz de Brito Ribeiro: epidemia com resultado morte
- Pedro Benedito Batista Junior: perigo para a vida ou saúde de outrem, omissão de notificação de doença, falsidade ideológica, crime contra a humanidade
- Daniella de Aguiar Moreira da Silva: homicídio simples
- Paola Werneck: perigo para a vida ou saúde de outrem;
- Carla Guerra: perigo para a vida ou saúde de outrem e crime contra a humanidade;
- Rodrigo Esper: perigo para a vida ou saúde de outrem e crime contra a humanidade;
- Fernando Oikawa: perigo para a vida ou saúde de outrem e crime contra a humanidade;
- Daniel Garrido Baena: falsidade ideológica;
- João Paulo F. Barros: falsidade ideológica;
- Fernanda de Oliveira Igarashi: falsidade ideológica;
- Flávio Cadegiani: crime contra a humanidade
Assessores e ex-assessores
- Elcio Franco: epidemia com resultado morte e improbidade administrativa;
- Mayra Pinheiro: epidemia com resultado morte, prevaricação e crime contra a humanidade;
- Roberto Dias: corrupção passiva, formação de organização criminosa e improbidade administrativa;
- Airton Soligo: usurpação de função pública;
- Arthur Weintraub: epidemia com resultado morte
- Roberto Goidanich: incitação ao crime;
- José Ricardo Santana: formação de organização criminosa;
- Fábio Wajngarten: prevaricação e advocacia administrativa
- Marcelo Blanco: corrupção ativa
- Filipe Martins: incitação ao crime
- Tercio Arnaud Tomaz: incitação ao crime
Outros
- Emanuela Medrades: falsidade ideológica, uso de documento falso, fraude processual, formação de organização criminosa e improbidade administrativa
- Túlio Silveira: falsidade ideológica, uso de documento falso, improbidade administrativa
- Danilo Trento: fraude em contrato, formação de organização criminosa, improbidade administrativa
- Andreia da Silva Lima: corrupção ativa e improbidade administrativa
- Carlos Alberto Sá: corrupção ativa e improbidade administrativa
- Teresa Cristina Reis de Sá: corrupção ativa e improbidade administrativa
- Marconny Nunes Ribeiro: formação de organização criminosa
- Allan dos Santos: incitação ao crime
- Oswaldo Eustáquio: incitação ao crime
- Richards Pozzer: incitação ao crime
- Leandro Ruschel: incitação ao crime
- Roberto Goidanich: incitação ao crime
- Bernardo Kuster: incitação ao crime
- Roberto Jefferson: incitação ao crime
- Paulo Eneas: incitação ao crime
- Cristiano Carvalho: corrupção ativa
- Luiz Paulo Dominghetti: corrupção ativa
- Rafael Francisco Carmo Alves: corrupção ativa
- José Odilon Torres: corrupção ativa
Por Redação/G1/Terra