Covid-19: consulta pública sobre vacinação de crianças começa amanhã
O Ministério da Saúde oficializou hoje (22) a consulta pública que coletará manifestações da sociedade civil sobre a vacinação contra a covid-19 em crianças com idade de 5 a 11 anos. A vacina da Pfizer para essa faixa etária foi autorizada recentemente pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O período de consulta terá início amanhã (23) e vai até o dia 2 de janeiro de 2022.
As contribuições devem ser enviadas por meio do endereço eletrônico https://www.gov.br/saude/pt-br. Nessa página, está disponível a documentação relativa à consulta pública, conforme publicado no Diário Oficial da União.
De acordo com o Ministério da Saúde, a consulta pública servirá para a “manifestação da sociedade civil a respeito da vacinação contra a covid-19 em crianças de 5 a 11 anos de idade” e “para que sejam apresentadas contribuições, devidamente fundamentadas”.
Especialistas são contrários à consulta. Nos últimos dias, entidades médicas e especialistas têm criticado a lentidão do governo e apoiado a decisão da Anvisa.
A epidemiologista Carla Domingues, que esteve à frente do Programa Nacional de Imunizações (PNI) por oito anos (2011-2019), afirma que nunca viu isso acontecer e explica o motivo das críticas.
Segundo ela, o caminho para adoção de uma vacina ou um grupo no PNI passa além da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que autorizou o uso da vacina da Pfizer para crianças na última quinta-feira, por órgãos consultivos, como a Câmara Técnica Assessora de Imunização Covid-19 (Cetai) ou a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec).
“A vacina já tem registro definitivo, todos os critérios de segurança e eficácia foram comprovados. O Cetai, composto pelas sociedades cientificas, de infectologia, pediatria, imunização, todas, mais Conasems, Conass, e pessoas de notório saber, emitiu posição unânime favorável. A base do PNI é sempre ouvir a sociedade civil, mas aquela calcada no conhecimento cientifico. Não vou fazer consulta pública para pessoas que não entendem de vacina dar opinião, porque aí é achismo, sem evidencia cientifica”, afirma Domingues.
Por Redação/G1/Agência Brasil