Foto: Vinicius Lousada

Comissões se reúnem no almoxarifado da Educação e Nilson Ghirardello reage

Parlamentares de oposição cumpriram o prometido na quarta-feira (24) e realizaram nesta quinta (25) uma diligência presencial no almoxarifado da Secretaria de Educação de Bauru. Foi um ato conjunto das comissões de Fiscalização e Controle, de Justiça e de Educação.

Participaram da agenda os vereadores Estela Almagro (PT), Coronel Meira (Novo), José Roberto Segalla (União Brasil), Chiara Ranieri (União Brasil), Júnior Lokadora (Podemos) e Guilherme Berriel (PSB).

A medida já havia sido anunciada pelos parlamentares na quarta-feira, como noticiou o JC, depois que ninguém do governo compareceu à reunião da Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara que discutiria a suspeita de superfaturamento em compras da Educação.

Os uniformes comprados pelo secretário Nilson Ghirardello, por exemplo, são exatamente os mesmos do ano passado. Mas custaram até 90% a mais aos cofres públicos de Bauru.

“Se os servidores não vêm até a Câmara, a Câmara vai até eles”, afirmou Estela Almagro, presidente do colegiado, durante o encontro de quarta.

Os vereadores se dirigiram ao almoxarifado por volta das 14h30. Foram recebidos pela chefe da seção e montaram uma estrutura de reunião – com direito a mesa, cadeira e inclusive assessoria técnica. Meira, Estela e Chiara foram trajados com o mais novo uniforme da oposição – “Comissões Permanentes Itinerantes” -, frase também estampada numa faixa afixada em prateleira.

O secretário Ghirardello não demorou e chegou ao local pouco depois dos parlamentares. Irritado, afirmou que a postura dos parlamentares configura abuso de autoridade e disse reiteradamente à servidora que supervisiona o depósito que ela não precisava falar com as comissões.

Ameaçou fazer boletim de ocorrência, inclusive, o que não havia sido formalizado até a conclusão desta edição. Procurada, a prefeitura afirmou que “vai ouvir a Secretaria da Educação e os envolvidos na situação para apurar os fatos para posteriormente de pronunciar sobre o assunto”.

No almoxarifado, os vereadores vistoriaram documentos e questionaram a servidora sobre a entrega dos uniformes escolares e dos materiais.

A resposta incomodou os parlamentares: dos 119 pontos de entrega, apenas 69 receberam os uniformes escolares – o prazo de entrega, por sua vez, expirou no dia 9, segundo informações cruzadas entre a data de assinatura no portal da transparência e a data limite de entrega prevista no edital.

Os kits pedagógicos, destinados a cada aluno individualmente, sequer chegaram e os alunos seguem sem materiais escolares dois meses depois do início do ano letivo. O semestre acaba em junho. Escolas receberam até o momento apenas os kits coletivos – que incluem massinha e giz de cera, por exemplo.

Os vereadores deixaram o local por volta das 17h e levaram alguns exemplares dos uniformes escolares. Eles não descartam a possibilidade de fazer uma perícia de qualidade no material para averiguar se a composição das roupas de fato segue as atribuições previstas no edital.

A medida vem na esteira não apenas das dúvidas dos vereadores com relação ao preço dos produtos, mas também de reclamações de pais e mães de alunos sobre a qualidade dos uniformes. Há queixas de que a qualidade caiu. O JC indagou o governo sobre o tema, mas não houve resposta.

Por Jornal da Cidade

Compartilhe nas Redes Sociais