Após morte de tigre-de-bengala, Zoo Bauru terá casal de tigres-siberianos
Na última quarta-feira (28/10), morreu Chorão, o tigre-de-bengala (panthera tigris tigris), que morava no Zoológico de Bauru há 14 anos. Em entrevista ao JC, o biólogo e diretor do Zoo, Astélio Ferreira de Moura, explicou que o animal passava por tratamentos veterinários há dois anos: “Ele tinha uma vida muito tranquila e alimentação balanceada. Viveu em torno de 20 anos, sendo 14 deles aqui com a gente. Mas o organismo dele era como de um idoso de 90 anos. Na natureza, os tigres costumam viver, em média, 15 anos.”
Exames realizados em julho do ano passado apontaram que o tigre-de-bengala apresentava, em virtude da idade avançada, problemas nos rins e estômago, além de problemas nas articulações.
“Porém, na segunda quinzena de outubro, foi possível constatar que sua qualidade de vida já não era mais a mesma e que seus remédios não conseguiam mais controlar seu sofrimento, com dificuldades extremas para caminhar e já ficando indiferente à interação com seus tratadores. Infelizmente, havia ficado claro para a equipe técnica do zoo que tinha chegado a hora de nos despedirmos do nosso idoso tigre-de-bengala Chorão. Com seu bem-estar comprometido, a equipe veterinária do Zoológico de Bauru optou pela eutanásia, procedimento seguro e indolor, no qual anestesiamos profundamente Chorão, até que ele fosse descansar em paz, dormindo e sem dor”, explicou o Zoo Bauru em post no Facebook nesta sexta-feira (06/11).
Novos Moradores
Para habitar o recinto deixado pelo tigre-de-bengala, na última semana o Zoo recebeu um casal de tigres-siberianos (Panthera tigris altaica), com 1 ano de idade. No entanto, para receber os novos moradores, a estrutura do local será reforçada. “Precisamos nos familiarizar com o comportamento deles. Isso leva tempo. Sem contar que eles ainda estão ariscos. Então, estamos tendo esse cuidado de melhorar o recinto para garantir a segurança deles, dos nossos funcionários e dos visitantes também”, detalha o diretor do Zoo.
A expectativa é de que a reforma seja finalizada ainda nesta semana. Em seguida, será feita a adaptação dos animais e até o final do mês, o público poderá visitá-los.
Troca
A solicitação dos tigres-siberianos foi feita dois anos atrás ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), sendo atendida pelo Zoológico de Itatiba (SP), que enviou os tigres há cerca de dez dias. Em troca, serão enviadas cinco aves da espécie grou-coroado. “Os tigres foram reproduzidos em cativeiro e são irmãos. Então, para evitar o cruzamento familiar, vamos castrar o macho e manter a fêmea fértil, para caso algum outro zoológico precise reproduzir”, explica o diretor do Zoo.
Atualizado – 06/11/2020 – 12h30