Foto: Reprodução/Facebook

Roberto Franceschetti era ‘cria’ de Claudia Lobo, apontam investigações

O delegado Cledson do Nascimento, titular da 3.ª Delegacia de Homicídios (3.ª DH) da Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic) de Bauru, disse nesta segunda-feira (16) que as investigações sobre o homicídio de Claudia Regina Lobo envolvem um possível projeto de poder dentro da Apae Bauru, desde que Roberto Franceschetti Filho assumiu como presidente com apoio da secretária-executiva. A tese é embasada por provas testemunhais e conteúdos extraídos dos telefones apreendidos. Segundo o delegado, “ele é minha cria” foi um termo usado por Claudia para se referir a Roberto.

O delegado avalia que, embora presidente da Apae, Roberto era subordinado a Claudia. Com o passar do tempo, a situação começou a mudar e ela, muito possivelmente, estava tentando tirá-lo da presidência. A disputa de poder, de acordo com a Polícia Civil, teria motivado Roberto a planejar e matar a colega, no dia 6 de agosto, após 13 anos de convivência da entidade.

“A gente percebe que o Roberto tem um projeto de uso pessoal da instituição [Apae], quando as divulgações dele são mais pessoais do que institucionais. Em algum momento, a Claudia apresentou uma dificuldade para a permanência dele no poder. Talvez a pessoa que ela imaginava seria mais maleável e fácil”, explica o delegado.

“’A criatura se voltou contra o criador’, conforme a gente apurou. E essa disputa de poder é o motivo, até porque, a retirada de valores, ambos faziam isso de comum acordo há certo tempo”, finaliza ele.

Cledson do Nascimento reforça que os elementos da investigação apontam autoria e materialidade para o crime de homicídio qualificado e ocultação de cadáver. Roberto Franceschetti Filho está preso desde o dia 15 de agosto como principal suspeito. Ele está no Centro de Detenção Provisória de Bauru e se diz inocente.

Na última sexta-feira (13), a prisão temporária de Roberto foi prorrogada pela Justiça, pela segunda vez, por mais 30 dias. A prorrogação vem na esteira do resultado do laudo de confronto genético que confirmou, na sexta-feira, que o sangue encontrado no carro Spin da Apae Bauru é de Claudia Lobo.

Motivação

Segundo o delegado, o inquérito da Deic está na fase “do meio para o fim” e deve ser concluído antes do prazo de 30 dias, para que os elementos sejam então apresentados para a Justiça.

Ele afirma que desvios de valores das contas da Apae são apontados nas análises preliminares da segunda linha de investigação, de caráter financeiro, por meio do Setor Especializado de Combate aos Crimes de Corrupção, Crime Organizado e Lavagem de Dinheiro (Seccold). Cledson adianta que a conclusão do Seccold vai corroborar a tese de que a motivação envolve disputa de poder.

“O inquérito do Seccold está caminhando muito bem nesse sentido mas também está revestido de um certo sigilo. Esses dados vão ser obviamente aproveitados para a nossa investigação justamente para mostrar essa motivação”, diz o delegado.

A segunda linha de investigação exigirá mais tempo, devido à complexidade e envolvimento de outras pessoas diretamente envolvidas, além de grande massa de dados, quebras de sigilo bancário e análises financeiras. “Não tem como se fazer uma investigação desse tamanho, dessa complexidade, em pouco tempo, sob pena de deixar elementos faltantes e lá na frente isso ser um empecilho até para uma condenação.

Por Redação/JCNET

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