Violência sexual é o principal tipo de agressão a meninas de 10 a 14 anos
Agressões sexuais foram o tipo de violência mais recorrente registrada contra meninas de 10 a 14 anos no Brasil em 2022, aponta o Atlas da Violência, divulgado nesta terça-feira (18).
A agressão sexual representa quase a metade (49,6%) dos casos de violência contra meninas nesta faixa etária, e 30% entre bebês e crianças de até 9 anos.
A diferença entre os tipos de violência:
- Violência física: atos violentos com uso da força física intencional para ferir, lesas ou provocar dor e sofrimento.
- Violência sexual: qualquer ação que se vale de uma posição de poder para obrigar pessoa a ter algum tipo de interação sexual por meio de força, coerção, intimidação ou influência psicológica. Inclui casos de estupro, abuso incestuoso, assédio sexual, sexo forçado no casamento, penetração forçada, pedofilia, pornografia infantil, entre outros.
- Negligência: omissão de cuidados básicos para o desenvolvimento físico, emocional e social da pessoa, como privação de medicamentos, cuidados com a saúde e, de forma extrema, o abandono.
“A violência sexual responde, entre meninas de 10 a 14, como a principal forma de violência, e é a segunda causa entre bebês e meninas de até 9 anos. É assombroso o que esse número revela”, afirma Samira Bueno, coordenadora da pesquisa e diretora-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Na faixa etária de 0 a 9 anos e a partir dos 70 anos, a negligência é a violência predominante. De 15 a 69 anos, é a violência física.
O Atlas usa dados do Sistema Único de Saúde (SUS). A edição deste ano leva em conta informações referentes a 2022. Naquele ano, foram registrados 221.240 casos de violência contra meninas e mulheres, o que representa uma agressão a cada 2 minutos.
Os homens são autores em 86,6% dos casos, e são maioria em todas as faixas etárias a partir dos 10 anos. De 0 a 9 anos, homens são responsáveis em 50% dos casos e mulheres, nos outros 50%.
Em 81% dos casos, a violência sofrida por meninas ou mulheres aconteceram dentro das próprias residências (116.830). A via pública é o segundo lugar mais comum, com 6,1% dos registros.
O estudo do Fórum Brasileiro e do Ipea indica, ainda, que o país registrou 46.409 homicídios pelo sistema de saúde em 2022, redução de 3% em relação a 2021, quando foram registrados 46.409 assassinatos.
Os números representam uma taxa de 21,7 homicídios a cada 100 mil habitantes, igualando 2019 com a menor taxa desde 2012, quando o número era de 28,9 a cada 100 mil.
Por Redação/G1