Hacker: Estela denuncia invasão de computador e Vitorelli é demitido da Alesp nesta terça
A vereadora Estela Almagro (PT) acionou a polícia nesta terça-feira (31), por volta de 9h, logo após abrir o computador do gabinete dela na Câmara Municipal e se deparar com uma foto de Walmir Vitorelli como ‘papel de parede’ de sua máquina.
Vitorelli é apontado pelo hacker Patrick da Silva Brito – atualmente preso pela Interpol na Sérvia – como sendo a pessoa que lhe contratou para que investigasse a vida privada de Estela e do jornalista Nelson Itaberá.
Chamou a atenção a movimentação policial na sede do Poder Legislativo bauruense nesta manhã. Delegado e peritos da Polícia Civil estiveram no local e o computador de Estela foi levado para ser averiguado.
O consultor jurídico, Arildo Lima Junior, e o chefe de TI da Câmara Municipal constataram os fatos e acompanharam toda a movimentação.
Estela informa ainda que as câmeras de monitoramento do corredor onde fica seu gabinete estavam queimadas, por isso pode não ser possível descobrir se alguém mexeu em seu computador. A princípio, atribui-se os danos nas câmeras ao temporal do último domingo. Mas, segundo a vereadora, apenas as câmeras do corredor dela não estavam funcionando. O assessor da vereadora informou que uma nova câmera foi instalada ainda na manhã desta terça-feira.
Vitorelli
Acusado de contratar um hacker para monitorar desafetos do governo Suéllen Rosim (PSD), de quem é cunhado, Walmir Henrique Vitorelli foi demitido do cargo de assistente especial parlamentar do deputado estadual Paulo Correa Júnior, líder do PSD na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp).
A decisão, assinada pela Mesa Diretora do parlamento, foi publicada nesta terça-feira (31) no Diário Oficial do Estado de São Paulo, mas tem validade retroativa para 26 de outubro deste ano.
O salário de Vitorelli na Alesp somava pouco mais de R$ 14 mil. O cunhado da prefeita foi agraciado com o emprego em maio deste ano, na esteira da migração de Suéllen para o PSD.
Procurado pelo JC na tarde de hoje, Walmir não atendeu aos telefonemas.
Ameaça
Estela Almagro (PT) conta já ter sido vítima de outras invasões devido à sua postura combativa no Legislativo. Desta vez, no entanto, ela vê uma ameaça explícita e considera o uso de segurança. “Vou discutir com meus advogados a necessidade de garantir escolta policial. Nunca tive que chegar neste ponto e relutei até agora, mas esse episódio do gabinete parece tentar mostrar que não estou protegida”, afirma.
A vereadora aponta que o ataque a ela representa, também, uma tentativa de intimidação à Câmara. “É um ataque ao poder. A mensagem vinda dos adversários é clara: se você me desagradar, eu te calo. E quando você silencia um vereador, você enfraquece todo Poder Legislativo”, ressalta.
Suspeita
De acordo com o relato de Estela, seu assessor deixou o gabinete por volta das 20h da segunda-feira (30), após o fim da sessão ordinária. Ele teria deixado tudo em ordem antes de retornar, na manhã de hoje, e encontrar o rosto de Walmir estampado no computador. A vereadora se reuniu com outros membros da Casa para comunicar o acontecimento. Além disso, a TV Câmara esteve no local para registrar imagens do papel de parede.
A primeira suspeita foi que algum erro técnico acabou por definir a imagem como papel de parede. A hipótese, no entanto, foi descartada. O assessor foi até a delegacia para registrar um Boletim de Ocorrência. Os agentes lacraram a sala e recolheram o dispositivo de armazenamento da máquina.
A perita criminal recolheu o SSD (responsável pelo armazenamento de dados) do computador.