Uma semana após áudio vazar, Milton Ribeiro pede para sair do MEC
O ministro da Educação, Milton Ribeiro, entregou pedido de exoneração ao presidente Jair Bolsonaro (PL) nesta segunda-feira (28/03). Ele pede para deixar o cargo depois de vir à tona um suposto favorecimento de pastores na distribuição de verbas do ministério. Ribeiro negou as acusações.
A existência de um “gabinete paralelo” integrado por pastores que controlariam verbas e agenda do Ministério da Educação foi revelado pelo jornal “O Estado de S. Paulo”. Depois, a “Folha de S.Paulo” divulgou o áudio de uma reunião em que o ministro disse que, a pedido do presidente Bolsonaro, o repasse de verbas seguiria as indicações de dois pastores.
Os pastores a que o ministro se refere no áudio são Gilmar Santos e Arilton Moura. Eles não têm cargo no governo, mas participaram de diversas reuniões com autoridades nos últimos anos.
Interinamente, ficará no posto como ministro o atual secretário-executivo Victor Godoy Veiga.
Na última quinta (24/03), a Polícia Federal abriu um inquérito para apurar suspeitas de corrupção envolvendo verbas do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), ligado ao MEC (Ministério da Educação). O pedido de inquérito foi feito pela Controladoria Geral da União (CGU).
Porém, paralelamente, existe um inquérito no STF (Supremo Tribunal Federal) que apura a possível participação do ministro no caso. A ministra Cármen Lúcia, do Supremo, entendeu que é “imprescindível” investigar todos os possíveis envolvidos no “gabinete paralelo” do MEC, incluindo o presidente Jair Bolsonaro (PL).
Pelo menos dez prefeitos atestam que pastores atuaram na intermediação de recursos ou no acesso direto ao ministro da Educação, Milton Ribeiro. Desse grupo, três já admitiram que ouviram pedido de propina em troca da liberação de verbas federais para escolas. Eles serão intimados a prestar depoimento à Polícia Federal.
Por Redação/G1/Uol