Transplantes aumentam 52% em SP no segundo ano da pandemia
O número de transplantes cresceu 52% nos oito primeiros meses deste ano, na comparação com o mesmo período do ano passado, segundo os especialistas, graças à definição de protocolos de prevenção para as cirurgias, à vacinação e à queda dos indicadores da COVID-19, que afetou esta área em 2020.
De janeiro a agosto de 2021, houve 4.928 transplantes de órgãos e tecidos, contra 3.237 no mesmo período do ano anterior, segundo balanço da Secretaria de Estado da Saúde com base nos dados da Central de Transplantes.
“A estruturação da rede de saúde frente à pandemia e, mais recentemente, o avanço da vacinação em massa da população contra a COVID-19, têm contribuído para o crescimento do número de transplantes”, explica o Coordenador da Central de Transplantes do Estado de São Paulo, Francisco Monteiro.
Os números de procedimentos por tipo de órgão apontam para a melhora no cenário: neste ano, foram 81 transplantes de coração, 77 de pâncreas, 1.106 de rim, 407 de fígado e 34 de pulmão, além de 3.223 de córnea. Em 2020, houve 75 de coração, 54 de pâncreas, 1.128 de rim, 477 de fígado, 19 de pulmão e 1.486 de córnea.
Desde de o início da pandemia, medidas de segurança e novos protocolos foram adotados, com triagem clínica dos potenciais doadores e o testes para COVID-19 antes de qualquer procedimento, prezando pela segurança dos profissionais de saúde e pacientes receptores.
“Após um melhor conhecimento da forma de contágio do vírus e o estabelecimento dos protocolos para evitar a contaminação de pacientes e de equipes, está sendo possível a ampliação gradual de transplantes de órgãos, e principalmente as cirurgias eletivas de captação e transplante de córnea”, acrescenta Monteiro.
Como doar
Doar órgãos e tecidos é fundamental para ajudar a salvar vidas. Atualmente, em São Paulo, há 13.776 pacientes aguardando um transplante de rim, 389 de fígado, 142 de coração, 117 de pulmão, 7 de pâncreas e 3.484 de córneas.
Conforme diretriz do SUS, pessoas com diagnóstico de COVID-19 com menos de 28 dias da regressão completa dos sintomas não podem ser doadores.
A doação deve ser consentida e quem quiser ser doador não precisa mais incluir a informação no RG ou na CNH – basta comunicar a família sobre esse desejo. No caso dos falecidos, a autorização para doação deve ser dada por familiares com até o 2º grau de parentesco.
A Central de Transplantes do Estado de São Paulo reforça a orientação de que haja diálogo entre as famílias sobre o desejo de ser ou não doador de órgãos, pois isso facilita a tomada de decisão.