Terras indígenas são as áreas mais preservadas do Brasil, mostra estudo
Um levantamento feito por imagens de satélites e inteligência artificial do MapBiomas mostra que, entre 1985 a 2020, as áreas mais preservadas do Brasil são as terras indígenas, tanto as já demarcadas quanto as que ainda esperam por demarcação. Nesses territórios, o desmatamento e perda de floresta foi de apenas 1,6% em 35 anos.
“Se queremos ter chuva para abastecer os reservatórios que provêm energia e água potável para consumidores, indústria e o agronegócio, precisamos preservar a floresta amazônica. E as imagens de satélite não deixam dúvidas: quem melhor faz isso são os indígenas”, explica Tasso Azevedo, Coordenador do MapBiomas.
Apesar de serem as mais preservadas, apenas 13.8% de todas as terras do Brasil são reservadas aos povos indígenas, o equivalente a 722 terras indígenas, segundo dados do Instituto Socioambiental (ISA). Dessas, somente 487 foram homologadas (quando o processo de demarcação foi concluído) desde 1988 e mais de 300 aguardam demarcação. O governo de Jair Bolsonaro é o primeiro, desde a redemocratização do Brasil, a não demarcar nenhuma terra indígena.
O levantamento também olhou para a situação do desmatamento em cada estado desde 1985 e aponta que, dos 27 estados da federação, 24 perderam vegetação nativa. Os campeões são Rondônia (-28%), Mato Grosso (-24%) e Maranhão (-16%), todos parte da Amazônia Legal.
Apenas dois estados conseguiram manter as áreas de vegetação nativa desde 1985, ambos na região Sudeste, principalmente na Mata Atlântica: Rio de Janeiro e Espírito Santo. No caso do Rio de Janeiro, houve um leve crescimento da vegetação nativa (de 34% em 1985 para 35% em 2020).
Ainda de acordo com o levantamento do MapBiomas, as pastagens representam o principal uso da terra no Brasil, ocupando um quinto do território nacional.
Por Redação/G1