Sem aumento real: Governo reduz para R$ 1.067 proposta de salário mínimo

O governo Jair Bolsonaro enviou ao Congresso Nacional uma proposta de salário mínimo de R$ 1.067 em 2021, deixando o mínimo sem aumento real pelo segundo ano seguido. A projeção faz parte do PLOA (Projeto de Lei Orçamentária Anual).
Em relação aos atuais R$ 1.045, houve aumento de R$ 22, valor que deve apenas repor a inflação projetada para 2020, medida pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), de 2,09%. Na prática, significa que o salário mínimo ficará sem aumento por dois anos.

A previsão de valor do salário mínimo em 2021 é R$ 12 menor que a apresentada no PLDO (Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias). Quando enviou a proposta ao Congresso, em 15 de abril, o governo estimou que o piso salarial em 2021 seria de R$ 1.079.

Aumento real acabou no ano passado
De 2007 até o ano passado, a lei garantia que o salário mínimo tivesse aumento real, acima da inflação, sempre que houvesse crescimento econômico, dentro da política de valorização do salário mínimo das gestões petistas.

Essa fórmula de cálculo levava em conta a inflação do ano anterior, medida pelo INPC, mais o resultado do PIB (Produto Interno Bruto) de dois anos antes.

A fórmula perdeu validade no ano passado, e o governo Bolsonaro decidiu não substituí-la por outra política para o salário mínimo. Com isso, o governo passou a apenas reajustar o mínimo pela inflação.

Confusão no reajuste de 2020
Neste ano, houve uma confusão envolvendo o valor do salário mínimo porque ele foi anunciado antes de a inflação oficial de 2019 ter sido divulgada. O governo considerou uma projeção para a inflação e estabeleceu o valor em R$ 1.039. Mas a inflação oficial acabou sendo maior que a projetada, e o governo precisou subir o salário mínimo para R$ 1.045 via Medida Provisória.

Por UOL

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