Foto: Larissa Bastos/JC Imagens

Quem são os alvos da ‘Operação Apae’

Nove pessoas são alvo de mandados de prisão acusadas de se beneficiarem, direta ou indiretamente, de desvios de valores dos caixas da Apae Bauru, no âmbito das investigações relativas ao caso Claudia Lobo, ex-secretária executiva da entidade. Nesta terça-feira (3), durante a “Operação Apae”, a Polícia Civil prendeu sete suspeitos. Todos são investigados pelos crimes de peculato, lavagem de dinheiro e associação criminosa.

A seguir, confira a lista dos envolvidos nos desvios da Apae, segundo a Polícia Civil.

1. Roberto Franceschetti Filho
Roberto Franceschetti Filho, ex-presidente da Apae e acusado de assassinar Claudia Lobo. Franceschetti está preso desde agosto.

2. Letícia da Rocha Prado Lobo
Filha de Claudia Lobo. Prestava serviços à Apae sem contrato formal.

3. Pérsio de Jesus Prado Júnio
Ex-marido de Claudia Lobo e pai de Letícia. Prestava serviços à Apae sem contrato formal.

4. Ellen Rocha Lobo
Irmã de Claudia Lobo. Prestava serviços à Apae. Durante o mandado de busca e apreensão na casa de Ellen, a Polícia Civil apreendeu quatro bolsas da grife Victor Hugo, uma da Tommy Hilfiger e outra da Guess, além de um veículo (Fiat Strada 2010/2011), três notebooks, um MacBook, um computador (gabinete), pendrive e dois iPhones.

5. Diamantino Passos Campagnucci Júnior
Cunhado de Claudia Lobo, marido de Ellen Lobo. Ele seria proprietário de uma empresa em Agudos que, de acordo com as investigações, emitia notas fiscais frias – quando não há serviço prestado – para a Apae.

6. Maria Lúcia Miranda
Contadora e coordenadora financeira da Apae Bauru. Ela ainda atuava na entidade.

7. Renato Golino
Ex-coordenador financeiro da Apae. Em 2020, venceu um sorteio realizado pela própria entidade e levou para casa um Chevrolet Onix. A Polícia Civil apreendeu R$ 5.700,00 em dinheiro com o empresário.

8. Renato Tadeu de Campos
Policial militar aposentado que fazia a segurança para a Apae. Renato é ligado a uma empresa de segurança registrada em nome de uma parente. De acordo com as investigações, a empresa prestava serviços para a Apae.
Um “arsenal” de armas foi apreendido com o policial militar aposentado. Ele foi autuado em flagrante.

9. Felipe Figueiredo Simões
Até o momento não há informações sobre quem seria Felipe. A Polícia não localizou o nono envolvido no endereço do mandado de prisão na terça-feira (3). Ele se apresentou com o advogado à polícia nesta quarta-feira (4) e o mandado de prisão foi cumprido.

Operação Apae

A chamada Operação Apae foi conduzida conjuntamente pelo delegado Glaucio Stocco, titular do Setor Especializado de Combate aos Crimes de Corrupção, Crime Organizado e Lavagem de Dinheiro (Seccold) e responsável pela investigação que apura desvios milionários na entidade, junto à Divisão Especializada de Investigações Criminais de Bauru (Deic).

Segundo o delegado, as prisões temporárias, válidas por cinco dias, foram concedidas pela Justiça para que as investigações continuem em andamento sem intercorrências. Ele aponta para uma organização criminosa instalada na Apae, inclusive com envolvimento de empresários e divisão de tarefas.

Chefe do Deic, o delegado Ricardo Dias afirmou à imprensa que vai pedir o levantamento do sigilo imposto sobre as investigações. Enquanto não pode fornecer detalhes, porém, ele já adiantou que os valores desviados da Apae Bauru “são de assustar” e serão revelados à população. “Fizeram a Apae sangrar em milhões de reais”, acrescentou.

O advogado que representa os familiares de Claudia Lobo informou que uma audiência de custódia será feita nesta quarta-feira (4).

Mandados de busca e apreensão

A Polícia Civil cumpriu nesta terça-feira (4), mandados de busca e apreensão em 18 endereços. Durante a operação, que contou com 62 policiais, foram apreendidos documentos, armas, joias e celulares – muitos deles iPhone 15, que eram comprados pela entidade e entregues a alguns funcionários.

A polícia também encontrou máquinas de cartão das marcas Getnet, Pagbank e Cielo.

Bloqueios de bens

Além das prisões, a Justiça também decretou 18 bloqueios de bens, entre pessoas físicas e jurídicas, no âmbito das investigações relativas ao caso Claudia Lobo. Segundo o delegado Glaucio Stocco, a medida visa garantir o ressarcimento da Apae.

Apae diz que soube de prisões pela imprensa

Em nota encaminhada à imprensa, a Apae Bauru disse ter recebido pela imprensa as informações sobre as prisões e declarou que aguardará uma coletiva de imprensa da Polícia Civil prevista a princípio para hoje (4).

A Apae também comunicou que a perícia contábil e financeira está em andamento e, assim como as investigações, segue em caráter sigiloso. O levantamento foca no período da gestão de Roberto Franceschetti Filho, que abrange os anos de 2022 a 2024.

Por fim, a instituição enfatizou que colabora e confia no trabalho da Polícia Civil, esperando em breve poder fornecer mais informações. Também agradeceu à imprensa por seu esforço em colaborar e preservar a imagem da Apae Bauru.

“É crucial compreender que os fatos foram cometidos pelas pessoas envolvidas, e não pela instituição. Assim, ressaltamos que a Apae Bauru continua prestando serviços de excelência aos seus usuários nas áreas de Assistência Social, Educação e Saúde”, finalizou a nota.

Por JCNET/Redação

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