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Roberto Franceschetti e Dilomar Batista vão a júri popular por morte de Claudia Lobo

O juiz Fábio Correia Bonini, da 4ª Vara Criminal de Bauru, determinou que os réus Roberto Franceschetti Filho e Dilomar Batista sejam submetidos a júri popular pela morte de Claudia Regina da Rocha Lobo, 55 anos, secretária-executiva da Apae Bauru. A defesa dos réus e o Ministério Público (MP) devem ser informados sobre a pronúncia nesta terça-feira (25).

Preso desde 15 de agosto, Franceschetti Filho, presidente da entidade à época, foi indiciado pela Polícia Civil por homicídio triplamente qualificado: por motivo torpe, por traição (uma vez que criou uma história para atraí-la e depois tirar a vida dela), e por tentar ocultar outro crime (possíveis desvios financeiros na entidade). Ele responde ainda por ocultação de cadáver e fraude processual.

Atualmente, está preso no Centro de Detenção Provisória (CDP) 2 de Guarulhos. Roberto jamais confessou os crimes pelos quais é acusado. Sua defesa sustenta inocência e que a vítima, na verdade, está desaparecida.

Já o ex-funcionário do almoxarifado da Apae de Bauru, Dilomar Batista, é réu por ocultação de cadáver e fraude processual. Ele responde em liberdade.

Próximo passo

A partir da decisão da 4.ª Vara Criminal, passa a correr prazo para que as defesas e o MP possam recorrer. Encerrando todo o trâmite, o processo segue para a 1.ª Vara Criminal, onde ocorre o Tribunal do Júri. A data do plenário, então, será marcada.

Os advogados de Franceschetti Filho, Lucas Martins, Leandro Pistelli e Vanessa Mangile emitiram nota sobre a pronúncia.

“Em que pese a falta de materialidade, a decisão já era esperada em razão da grande repercussão na mídia, isso porque um dos requisitos básicos para uma sentença de pronúncia é a prova da materialidade, inexistente nesse caso, uma vez que não há nos autos nenhuma prova técnica de que Cláudia esteja morta. Iremos analisar com calma a sentença para avaliar a possibilidade de recurso”, diz o texto na íntegra.

Relembre o caso

Claudia Regina Rocha Lobo desapareceu no dia 6 de agosto de 2024, quando deixou a unidade da Apae Bauru onde trabalhava, na rua Rodrigo Romeiro, no Centro, com uniforme, segurando um envelope na mão, e embarcou em uma Spin branca descaracterizada da entidade. A bolsa e o celular dela ficaram sobre sua mesa e ela não avisou ninguém para onde iria. A entrada da secretária executiva no veículo foi registrada por câmeras de segurança.

O desaparecimento foi registrado na Polícia Civil, na mesma noite. Já a Spin foi localizada na manhã seguinte, destrancada, com a chave no quebra-sol, na quadra 5 da alameda Três Lagoas, na Vila Dutra. O veículo passou por perícia e, durante os trabalhos, foram encontrados vestígios de sangue no banco traseiro, que a perícia comprovou ser dela. Exame também revelou que um estojo de pistola calibre 380 encontrado no veículo foi deflagrado da pistola apreendida na casa de Franceschetti Filho.

Em dezembro, o laudo do Núcleo de Biologia da Polícia Civil de São Paulo, que analisou os possíveis fragmentos de ossos de Claudia Lobo, deu resultado inconclusivo. Ou seja, não conseguiu apontar se, de fato, a apreensão feita em chácara às margens da rodovia Cezário José de Castilho (Bauru-Iacanga) eram ossos humanos.

Foram cinco fragmentos analisados e todos eles não apresentaram DNA em concentração mínima. O local era usado para queimar documentos da Apae e Dilomar confirmou em depoimento ter recebido o corpo de Claudia de Franceschetti para também queimá-lo.

Por Jornal da Cidade

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