Foto: S. Ciuffa/Reprodução/JC Imagens

Região de Bauru tem maior queda do PIB no Estado no 2º trimestre

Com desaceleração em todos os setores da economia, o Produto Interno Bruto (PIB) da região de Bauru registrou o pior resultado no Estado no segundo trimestre de 2024, com queda de 1,9% na comparação com o primeiro trimestre. De abril a junho, o acumulado foi de R$ 16 bilhões.

Para se ter ideia, no segundo trimestre, comércio e serviços contribuíram com R$ 9,8 bilhões, respondendo por 61% – ou quase dois terços – do que foi produzido na economia regional. O desempenho de Bauru só não foi pior porque o PIB deste segmento teve a menor queda, de 1,8%. Já o PIB da indústria foi de R$ 4,1 bilhões (variação de -3,9%) o da agropecuária, R$ 400 milhões (-3,2%).

Os dados são da Fundação Seade e já descontam a inflação e os efeitos sazonais. Eles consideram uma região composta por 39 municípios, abrangendo uma área aproximada de 16 mil quilômetros quadrados, onde estão cidades como Bauru, Jaú, Lins e Lençóis Paulista e onde vivem cerca de 1,2 milhão de habitantes.

O Produto Interno Bruto representa a soma do valor de todos os bens e serviços finais produzidos em determinado período. Trata-se de um dos indicadores mais utilizados na macroeconomia para mensurar a atividade econômica, que inclui o desempenho de setores como administração pública, agricultura, indústria, serviços e comércio.

Além de Bauru, apenas a região de Araçatuba teve variação negativa, de -0,1%, no segundo trimestre, com alta nas demais 18 regiões paulistas pesquisadas. No Estado, a alta foi de 2,5%, totalizando R$ 853 bilhões; e, no Brasil, 1,4%, somando R$ 2,9 trilhões.

Para o economista Reinaldo Cafeo, o desempenho tão destoante dos alcançados no Estado e no Brasil reflete os resultados do município polo, que representa historicamente entre 35% e 40% do PIB regional. “Quando Bauru não cresce, puxa o resultado para baixo. Por não possuir um projeto de crescimento e desenvolvimento econômico para retenção de empresas e ampliação do parque industrial, ficará sempre refém das iniciativas isoladas”, frisa.

Vale destacar que, mesmo na comparação entre outros períodos, os números da região não têm se destacado positivamente. Obteve, por exemplo, alta de apenas 0,2% no segundo trimestre ante o mesmo período de 2023, o segundo pior resultado do Estado; e aumento de 1,5% no primeiro semestre de 2024, frente a janeiro a junho do ano passado, o quinto desempenho menos expressivo.

Cafeo pontua que, como a agropecuária tem baixa representatividade na composição do PIB regional, o comportamento da economia depende da indústria, comércio e serviços. Porém, avalia que, apesar de Bauru positivamente não depender de um ramo específico da indústria, acaba ficando refém do desempenho isolado dos empreendedores por não ter uma vocação bem desenvolvida no setor.

“Já o carro-chefe de serviços é a recuperação de crédito, que depende da renda das famílias. Como a inadimplência cresceu no período – e ainda há o fenômeno das apostas online, que retira renda das famílias -, este segmento acaba não puxando o crescimento do PIB”, detalha.

O comércio, por sua vez, também perdeu força na composição da matriz econômica da cidade ao longo dos últimos anos. Para se ter ideia, dos 140 mil moradores empregados com carteira assinada até junho no município, 21,7% trabalhavam no comércio e 52% no setor de prestação de serviços.

Por JCNET

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