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Receita Federal e Unesp transformam roupas apreendidas novas peças

A Receita Federal (RF) de Bauru e a Universidade Estadual Paulista (Unesp) firmaram parceria para transformar, em um trabalho conjunto com entidades assistenciais, peças de tecido apreendidas em ações realizadas pelo órgão fiscal. Com foco em dar vazão aos estoques de mercadorias ilegais, em preservar o meio ambiente e em beneficiar pessoas atendidas por projetos sociais, a cooperação foi assinada em julho deste ano e já conta com a participação de mais de 15 instituições, aptas a receberem 200 quilos de itens ao ano, cada.

Denominado Projeto Descaracterizar, a ação prevê a doação de artigos em tecido pela RF à Unesp, que faz a capacitação das entidades e repassa as peças a estes serviços para que eles transformem camisetas, calças, saias, shorts e vestidos em outros produtos para seus assistidos. A transformação é necessária para impedir que mercadorias falsificadas ou que ingressaram no País sem pagamento de tributos circulem no território nacional.

“A descaracterização pode ocorrer por upcycling, ou seja, a criação de novas peças, que ganham valor, ou downcycling, quando o tecido possui qualidade duvidosa. Neste caso, é possível desfibrilar, ou seja, transformá-lo em fios para reutilizá-lo como matéria-prima ou como enchimento de almofada”, explicou o professor Marcelo Carbone Carneiro, diretor do Centro de Inovação e Tecnologia da Unesp, durante evento realizado na última segunda-feira (13), na sede da RF de Bauru.

Estudantes bolsistas de projetos de extensão e iniciação científica participam do projeto e a intenção, posteriormente, é produzir um manual que estabeleça a metodologia sobre como descaracterizar cada tipo de peça, permitindo que a ação ganhe capilaridade.

Segundo Márcia Cecília Meng, superintendente da RF na 8.ª Região Fiscal, somente no primeiro semestre deste ano, a Receita Federal em São Paulo doou mais de R$ 46 milhões em mercadorias. “Por muitos anos, a solução para a quantidade astronômica de mercadorias apreendidas foi a destruição, ou seja, a destinação a aterros sanitários, fornos. Mas, a partir do ganho de consciência em aspectos ambientais e sociais, fomos buscar parcerias com instituições de ensino para fazer a destinação sustentável e social destas mercadorias”, explica, acrescentando que 212 municípios no Estado já foram beneficiados neste ano.

Delegada da RF em Bauru, Marina Aiello Sartor destaca que estas são ações da Cidadania Fiscal da Receita. “Bauru tem uma vocação muito grande na transformação de cigarro em adubo e, agora, passamos a descaracterizar peças em tecido. E a parceria com a academia nos proporciona mais constância para dar vazão ao nosso estoque, beneficiar o maior número de pessoas e ter a garantia de que este trabalho será feito da maneira correta”, completa.

Por JC

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