Foto: JCNET

Preço da carne cai até 15% em Bauru, com expectativa de novas quedas

A maior oferta de gado de corte para abate e a redução do preço de grãos que servem de alimento para o rebanho foram as principais causas da queda do preço da carne bovina em Bauru. Segundo fontes ligadas ao setor agropecuário, a redução para o consumidor final foi de 10% a 15% de janeiro a maio, acompanhando uma tendência também observada no cenário nacional. E a previsão é de que os produtos fiquem ainda mais em conta.

Pecuarista e proprietário de uma butique de carnes de Bauru, José Carlos Marçano Junior explica que os preços diminuíram de forma mais acentuada entre março e abril, sendo que os cortes mais nobres, localizados na parte traseira do boi, ficaram cerca de 10% mais baratos. Em alguns supermercados da cidade, o quilo da picanha pode ser encontrado por R$ 68,00, o do filé mignon por R$ 63,00, do contrafilé por R$ 44,00, da alcatra por R$ 43,00 e da maminha por R$ 36,00.

Já os cortes dianteiros tiveram redução de aproximadamente 15%, baixando o quilo do acém para, em média, R$ 27,00, da paleta a R$ 26,00 e da costela para R$ 25,00. Um dos principais fatores que explicam a queda, segundo Marçano Junior, é a superoferta de boi pronto para abate, dentro do chamado ciclo agropecuário.

“Tivemos uma alta forte de preços a partir de 2019 até 2022, em função da alta demanda da China e outros países importadores e também do consumo no mercado interno, durante a pandemia. Depois, com a escalada da inflação e consequente perda de poder de compra da população, o consumo diminuiu. Ao mesmo tempo, a Ásia, que havia comprado muito produto enquanto enfrentava uma peste suína, em 2019, agora diminuiu suas importações. A expectativa é de que o Brasil exporte, em 2023, uma quantidade de 15% a 20% menor de carne”, descreve.

Porco e frango

Além disso, a queda no preço de grãos como soja e milho, que servem como alimentação para os animais, também influenciou na queda dos preços. Ainda em razão do custo menor de produção, as carnes de porco e de frango também baratearam, mas, segundo Marçano Junior, em menor proporção. “O preço de todas as commodities agrícolas estão em queda no mercado internacional”, complementa.

O cenário tem proporcionado a famílias, como a da cuidadora de idosos Alessandra Aparecida Rodrigues, 34 anos, a possibilidade de consumir mais carne sem comprometer demasiadamente o orçamento doméstico. Nesta quinta-feira (1), por exemplo, a consumidora comprou mais de seis quilos de proteína, entre costela, pernil, músculo, bife, linguiça e frango, que se transformarão em refeição para ela, o marido e os quatro filhos ao longo deste mês.

“Aproveitei os preços baixos e comprei bastante coisa. Deixo no congelador e vou fazendo aos poucos. Para complementar, levo também um pouco de salsicha, hambúrguer, ovo. Não dá para ficar sem, porque as crianças pedem. Mas, antes, estava cozinhando carne com menos frequência”, revela.

Na avaliação de Marçano Junior, os preços dos cortes bovinos deverão se manter estáveis no segundo semestre e até registrarem novas quedas, porém, não na mesma intensidade do que se viu nos primeiros meses deste ano. Além disso, ele acredita que os produtos dificilmente voltarão aos valores de antes da pandemia, já que, nos últimos quatro anos, no acumulado até março, a alta foi de 67,6%.

Por JCNET

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