O aquecimento global, influenciado pelas queimadas na Amazônia, será um dos problemas a ser enfrentado pelo Parlamento. Foto: 52º Batalhão de Infantaria de Selva/Exército Brasileiro

Para proteger floresta, parlamentares de Brasil e mais sete países reativam o Parlamento Amazônico

Em sessão conjunta realizada na manhã desta segunda-feira (21/12), parlamentares de oito países decidiram reinstalar o Parlamento Amazônico, que estava inativo havia quase uma década. Um dos principais objetivos do grupo é a proteção da Floresta Amazônica, que vem sofrendo com o aumento do desmatamento e de crimes ambientais.

Os parlamentares oficializaram nesta manhã a instalação de uma nova assembleia do Parlamento Amazônico e escolheram um novo conselho diretor. O presidente será o senador Nelsinho Trad (PSD-MS), que foi eleito em votação simbólica, por unanimidade.

Os outros sete países do bloco vão indicar representantes para a vice-presidência.

Segundo os parlamentares, o Parlamento funcionará como um fórum de integração, fora da esfera dos governos nacionais.

“Dentre os principais objetivos do Parlamento Amazônico, vale destacar a integração da região, a defesa da democracia, a pluralidade política e ideológica como base de uma comunidade amazônica democraticamente organizada, com respeito à ordem jurídica, não intervenção e segurança internacional da Amazônia e ações de cunho ambiental contra o aquecimento global”, afirmou Trad na sessão.

A reinstalação do Parlamento Amazônico acontece no fim de um ano marcado por recordes de desmatamento e de queimadas, em especial na parte brasileira da floresta.

Dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) mostram que de agosto de 2019 a julho de 2020, período base usado na aferição do instituto, foram derrubados 11.080 km² de floresta, um salto de 9,5% em relação ao período de 12 meses anterior. Além disso, as queimadas no bioma destruíram 76 mi km².

O Parlamento Amazônico foi criado em 1988, reunindo Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela. A Guiana Francesa também faz parte do parlamento, mas não participou das últimas reuniões que discutiram a sua reativação.

O objetivo era propor políticas integradas para a região da Floresta Amazônica e melhorar a relação entre os países com territórios na região para promover o desenvolvimento sustentável na Amazônia. O último evento do fórum, porém, ocorreu em 2011.

Além da defesa da floresta em si, segundo seus integrantes, o Parlamento deve tratar das questões relacionadas às populações indígenas e dos interesses econômicos e nacionais na região.

Membros do Parlamento Amazônico
Brasil: senadores Nelsinho Trad, Eduardo Braga (MDB-AM), Plínio Valério (PSDB-AM), Paulo Rocha (PT-PA) e Telmário Mota (Pros-RR); deputados Marcelo Ramos (PL-AM), Léo Moraes (Podemos-RO), Perpétua Almeida (PCdoB-AC) e José Ricardo (PT-AM).

Bolívia: Marta Ruiz Flores, Sara Kattya Condori, Carlos Hernán Arrien Aleiza, Alcira Rodríguez, Ana Meriles e Genaro Adolfo Mendoza.

Colômbia: Germán Alcides, Blanco Álvares, Harry Gonzalez, Henry Correal, Juan David Velez, Maritza Martinez, Harold Valencia, Carlos Cuenca e Jorge Guevara.

Equador: Fernando Flores e Carlos Cambala.

Guiana: Manzoor Nadir.

Peru: Gilmer Trujillo Zegarra.

Suriname: Marinus Bee.

Venezuela: María Gabriela Hernández Del Castillo e Romel Guzamana.

Por Paraná Portal e Agência Câmara de Notícias

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