Padre Cícero é o 66º nome a entrar para o Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria
O nome de Cícero Romão Batista – mais conhecido como padre Cícero – foi inscrito no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria, através da lei 14.693/2023, sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e publicada nesta quarta-feira (11), no Diário Oficial da União.
Herói ou heroína da pátria é um título dado a protagonistas da liberdade e da democracia, que dedicaram sua vida ao país em algum momento da história. O Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria – ou Livro de Aço, pois a obra de fato é formada por páginas de aço – foi criado em 1992 e, a partir de agora, é composto por 66 nomes.
Com a lei publicada hoje (11), padre Cícero é imortalizado ao lado de personalidades como Chico Xavier, Irmã Dulce e Zumbi dos Palmares e Machado de Assis.
Padre Cícero é um santo popular, principalmente no Nordeste. O líder religioso ficou conhecido pela difusão da doutrina, aconselhamentos e sermões para multidões no interior do Ceará. O padre foi canonizado pela Igreja Católica em 1973, com base na devoção dos nordestinos ao líder religioso e nos milagres atribuídos a ele.
Política
Nascido em 24 de março de 1844, na cidade de Crato, aos 12 anos de idade ele fez voto de castidade depois de ler sobre a vida de São Francisco de Sales, santo francês que viveu no século dezessete.
Aos 26 anos foi ordenado padre depois de iniciar os estudos religiosos em Cajazeiras, na Paraíba, e cursar o seminário da Prainha, em Fortaleza. Fixou residência em Juazeiro do Norte, aos 28 anos, quando foi designado vigário e logo conquistou a simpatia do povo.
Em 1889, uma hóstia que teria se transformado em sangue durante a comunhão geral na Capela de Nossa Senhora das Dores, conduzida por ele, foi considerada seu primeiro milagre. Novas ocorrências do fenômeno atraíram católicos a Juazeiro do Norte e a Igreja Católica decidiu investigar.
Após diferentes pareceres, a igreja considerou que não houve milagre e as ordens sacerdotais de padre Cícero foram suspensas. Em 1898, padre Cícero apelou ao Vaticano pela revogação da pena, que foi mantida.
Afastado da igreja, o religioso tornou-se prefeito de Juazeiro do Norte, depois elegeu-se deputado federal e chegou a ser vice-governador do Ceará. Faleceu em 20 de julho de 1934, aos 90 anos, e as romarias a Juazeiro – em devoção ao carinhosamente chamado Padim Ciço – só aumentaram.
A Igreja Católica Apostólica Brasileira canonizou padre Cícero em 1973, baseada na devoção dos nordestinos ao líder religioso e aos milagres atribuídos a ele por seus devotos. O processo de beatificação pela Cúria Romana só teve início em junho de 2022, quando o santo popular foi beatificado.