OMS diz que situação do Brasil é muito preocupante e tem consequências mundiais

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, voltou a demonstrar nesta sexta-feira (12/03), preocupação com a grave situação da pandemia de Covid-19 no Brasil.

“A situação é muito preocupante, estamos muito preocupados. Não apenas pelo número de casos, mas pelo aumento no número de mortes”, disse Tedros, ressaltando que as mortes diárias estão ultrapassando a marca de 2 mil óbitos.

O dirigente afirmou estar decepcionado com o desempenho brasileiro na gestão da pandemia, uma vez que o sistema de saúde nacional, o nosso Sistema Único de Saúde (SUS), é considerado modelo em todo o mundo. “Eu esperava que o Brasil pudesse ter um melhor desempenho em epidemias por causa do seu forte sistema de vigilância em saúde”, afirmou o diretor-geral da OMS.

Tedros destacou que a população deve receber “mensagem claras das autoridades de saúde” sobre a situação do país para saber como agir.

“Começando pelo governo, todos os interlocutores devem agir de forma séria”, disse. Se isso não ocorrer, o diretor-geral da OMS afirmou que as mortes deverão aumentar.

O diretor de emergências, Michael Ryan, destacou que, desde o último alerta da OMS ao Brasil, feito no dia 5, os casos e as mortes por Covid-19 subiram ainda mais. “A situação no Brasil piorou, com alta incidência de casos e aumento de mortes em todo o país”, disse Ryan.

“O sistema de saúde está com uma grande pressão no momento. Muitos países da América Latina estão caminhando na direção certa, mas não é o caso do Brasil”, disse o diretor de emergências.

Ryan demonstrou principal preocupação com a variante P.1 – identificada pela primeira vez em Manaus e que já se espalhou para vários estados brasileiros e ao menos outros 24 países. Ele destacou que a variante se tornou dominante no Brasil e tem piorado a situação.

“Há uma grande preocupação com a letalidade e transmissão do vírus [da variante]”, alertou o diretor.

“O que acontece no Brasil tem consequências mundiais”, concluiu.

A diretora técnica da OMS, Maria van Kerkhov, reforçou que é muito importante que haja uma rede de sequenciamento de genomas intensa no Brasil e na América do Sul e lembrou que, até o momento, as medidas mais eficazes para conter a variante P.1 têm sido as medidas coletivas e individuais de saúde.

“O que sabemos da variante P.1 é que máscaras, lavagem das mãos, medidas de controle e prevenção contra o coronavírus funcionam”, lembrou a diretora, afirmando que, os países que adotaram as medidas de maneira séria conseguiram conter os casos.

Por G1

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