Foto: Guilherme Matos/JC

Moradores do Parque Manchester reclamam de esgoto a céu aberto

Além de erosões, poeira e lama nas ruas do Parque Manchester, em Bauru, os moradores precisam lidar também com esgoto a céu aberto. Luiz Fernando, 43, reside na rua Euvaldo Lodi a poucos metros do que ele descreve como uma “piscina” de esgoto. Sua maior preocupação é com as crianças que estão naquela área. “Esses dias as crianças estavam brincando lá perto. Mas e se cai lá dentro? Morre afogado no esgoto”, destaca. Outros moradores apontaram que se sentem “esquecidos” pelo poder público.

O morador ressalta que um dos maiores problemas é o odor exalado a partir da enorme poça de esgoto. No local, em um dia nublado, o cheiro já é difícil de tolerar. Em dias de sol forte e calor intenso, porém, o odor é ainda pior — provavelmente pela evaporação, ainda que pequena, da ‘piscina’.

“Aqui fica tudo tomado pelo fedor. Dá pra sentir até lá de cima”, descreve Luiz, apontando para moradias localizadas dezenas de metros à frente. Ao JC, o Departamento de Água e Esgoto (DAE) explicou que o problema é fruto de um acúmulo de esgoto que transborda da região por conta de ligações clandestinas realizadas pelos próprios moradores do Manchester.

A reportagem identificou dois locais que estavam vazando efluentes até se acumularem no poço. Um deles, inclusive, seguia para dentro da área de mata fechada, mas não foi possível chegar até o final da trilha de esgoto.

Ligações

Conforme noticiado pelo JC em junho de 2023, o último contrato para regularizar o saneamento básico do bairro ocorreu em maio de 2021, quando a empresa Sul Vale Construtora de Obras venceu a licitação para realizar as obras no Manchester, na Quinta da Bela Olinda, no Jardim Santos Dumont e no Jardim Ivone.

O DAE informou que a implementação da rede de esgoto já foi concluída. No entanto, a liberação para interligação das resistências à rede continua pendente. A culpa seria da obstrução parcial da tubulação provocada por ligações clandestinas.

“O DAE está aguardando a autorização da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) para realizar os procedimentos necessários de desobstrução e interligação da rede de esgoto em Manchester”, afirmou a autarquia.

No local, a reportagem encontrou também o morador Márcio Prado, 47, que contou que havia acabado de concluir a construção da caixa de esgoto em frente à sua residência. Ele mesmo arcou com os custos e está cumprindo com os requisitos do DAE para ativar sua ligação legalmente. Prado explica que a autarquia pede fotos da construção, por exemplo, para autorizar o funcionamento.

Principal avenida do bairro está sem tampas nos bueiros

A rua Flávio Aredes Lopes, a principal via do Parque Manchester, continua sem asfalto (foto no final). Mas os condutores precisam também desviar dos buracos deixados pela falta detampas dos bueirosno local. Conforme o JC noticiou em junho do ano passado, os moradores do bairro apontavam queos objetos eramconstantemente furtados.

O problema parece não ter sido resolvido, visto que há detritos aparentemente antigos sendo acumulados no local. A Prefeitura de Bauru foi procurada pela reportagem, mas não se pronunciou até o fechamento desta edição. Paulo Sérgio Albertino Tobias trabalha em uma borracharia na mesma rua e conta que a via de terra gera constantes problemas para os frequentadores. Além de atolamentos e pneus furados, o barro dificulta o acesso de ônibus e, em algumas ocasiões, os moradores precisam enfrentar uma caminhada em meio à lama — especialmente quando chove.

Por Jornal da Cidade

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