MG: contaminações de cervejas da Backer ocorriam desde janeiro de 2019, diz relatório

O Ministério da Agricultura divulgou nesta terça-feira (4/8) o relatório final sobre as providências tomadas na cervejaria Backer após análises e detecção da presença dos contaminantes monoetilenoglicol (MEG) e dietilenoglicol (DEG) em cervejas.

O relatório confirma a ocorrência de contaminações desde janeiro de 2019, afastando a possibilidade deste ser um evento isolado no histórico de produção da cervejaria. Além disso, ressalta que as substâncias não são produzidas pela levedura cervejeira em condições normais de produção da bebida.

“Tampouco foram identificadas contaminações desta natureza em análises realizadas em cervejas nacionais e importadas. Conforme revisão da literatura científica, tal contaminação é inédita em alimentos no Brasil”, afirma o ministério.

As apurações fiscais, segundo a Agricultura, indicaram que a cervejaria Backer adotou práticas irresponsáveis ao utilizar líquidos refrigerantes tóxicos de forma deliberada, usando-os em detrimento de alternativas atóxicas, como propilenoglicol e álcool etílico potável.

As contaminações por MEG e DEG não estão restritas a lotes que passaram pelo tanque JB 10, ocorrendo também em cervejas elaboradas anteriormente à instalação deste tanque na cervejaria.

A fiscalização ainda apontou que a empresa tem diversas falhas e lacunas em seus sistemas de controle e gestão internos, apresentando informações incompletas nos relatórios de produção e controles de rastreabilidade ineficientes.

A Cervejaria Backer segue interditada até que seja possível afirmar que não há riscos para a produção de cervejas no local. Foram apreendidos 79.481,34 litros de cerveja, de várias marcas e diversos lotes, com presença dos contaminantes, sendo 56.659 garrafas com riscos aos consumidores.

Por Globo Rural

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