Licitação do viaduto João Simonetti fracassa e terá novo edital
Resultou fracassada a licitação que visava contratar uma empresa terceirizada para recuperar o viaduto João Simonetti, incluindo sua alça, que liga a rua 13 de Maio à avenida Nuno de Assis, no Centro, e foi interditada pela primeira vez há mais de cinco anos por problemas estruturais. Segundo a Secretaria Municipal de Obras, não houve interessados no certame e um novo edital deverá ser publicado no Diário Oficial do Município em cerca de 20 dias, com valores atualizados.
O serviço engloba a elaboração de projetos executivos de guarda-rodas (barreiras de proteção para separar a calçada das faixas de tráfego de veículos) e troca do guarda-corpo (gradil), bem como a execução destas obras e a reabilitação estrutural do viaduto, cujo projeto executivo já foi feito também pela iniciativa privada.
Titular da pasta, Pérola Zanotto afirma que a última licitação foi reaberta em 30 de outubro, após ser suspensa por um mês em razão de questionamentos ao edital feitos por empresas de engenharia especializadas neste tipo de construção. Com a devida adequação, houve a republicação, mas, em 27 de dezembro de 2024, o certame foi deserto.
“Imagino que devido ao período entre o Natal e Ano Novo, as empresas estavam em recesso e não tiveram interesse. Agora, atualizaremos a planilha com a referência da tabela do Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil (Sinap) e reabriremos a licitação”, frisa.
A expectativa, de acordo com a secretária, é de que haja uma majoração de 0,5% a 0,6% no valor atual da obra, de R$ 7.145.922,15, o que representaria um acréscimo de até R$ 43 mil. O prazo para execução da obra a partir da assinatura do contrato será o mesmo, de seis meses.
‘MACAQUEAMENTO’
A recuperação do dispositivo prevê um “macaqueamento” (processo técnico de engenharia civil usado para elevar temporariamente estruturas) das vigas para substituição dos aparelhos de apoio de neoprene fretado, uma borracha resistente que fica entre os pilares e as vigas e amortece os impactos da via.
“O neoprene fretado tem vida útil de cerca de 10, 15 anos e o viaduto (inaugurado em 1973) nunca recebeu essa manutenção. Também será necessário refazer alguns pontos em que o concreto está desagregado, as drenagens, o pavimento, as juntas de dilatação, além da troca do guarda-corpo e do acréscimo do guarda-roda”, enumera Pérola.
O problema do dispositivo é antigo e envolveu discussões até mesmo com representantes do Ministério Público e da Câmara Municipal. Diversos laudos sobre as condições da estrutura também foram elaborados.
Conforme o JC noticiou, em outubro de 2019 a alça do viaduto foi interditada após o MP detectar risco na estrutura. O tráfego ficou interrompido durante quase um ano, até a prefeitura fazer um escoramento paliativo do dispositivo com toras de eucalipto, em setembro de 2020. O trânsito foi liberado no local, mas voltou a ser fechado em julho do ano seguinte para evitar que os problemas já detectados se agravassem.
Na ocasião, a Secretaria de Obras decidiu que o funcionamento do acesso só seria retomado após sua completa adequação.
Por JCNET