Justiça Estadual aceita retorno do caso dos desvios da Apae Bauru
O juiz Jair Antonio Pena Júnior, da 1ª Vara Criminal de Bauru, informou, nesta quinta-feira (20), os advogados de defesa dos acusados pelos desvios milionários na Apae Bauru, que aceitou “a devolução” do rito do processo feita pela esfera federal no final de fevereiro. O magistrado determinou o prosseguimento do caso na Justiça Estadual da cidade, em vez de enviá-lo ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Conforme noticiado pelo JCNET, o processo sobre os desvios financeiros da entidade havia sido remetido à Justiça Federal em Bauru a pedido dos advogados Alisson Caridi e Jorge Luís Galli, que lideram a defesa dos familiares de Claudia Lobo e de seu ex-marido. No entanto, a Justiça Federal sustentou que não há, nos autos, indícios de desvios de recursos da União.
A defesa está analisando se adotará alguma medida processual.
Relembre o caso
Investigações conduzidas pelo Setor Especializado de Combate aos Crimes de Corrupção, Crime Organizado e Lavagem de Dinheiro (Seccold) apontaram que, em cinco anos, mais de R$ 7,5 milhões foram desviados dos cofres da Apae. Desse total, R$ 5,8 milhões teriam sido retirados por Franceschetti Filho, que está preso desde 15 de agosto do ano passado por suspeita de homicídio e ocultação de cadáver, e R$ 1,8 milhão por Claudia Lobo.
Além do ex-presidente da Apae, há outros oito réus no caso, incluindo familiares de Claudia, que teriam sido beneficiados pelas atividades ilícitas envolvendo recursos da instituição. Essas nove pessoas respondem pelos crimes de organização criminosa, peculato e lavagem de dinheiro.
Segundo o Seccold, os delitos envolvem superfaturamento de contratos, emissão de notas frias para justificar a movimentação de valores entre os envolvidos, pagamento de salários a funcionários fantasmas, empréstimos de dinheiro da entidade a terceiros com cobrança de juros e recebimento de recursos da instituição por meio de uma conta bancária paralela, além de transferências diretas registradas na contabilidade como bonificações ou “adiantamentos ao fornecedor”.
Por Jornal da Cidade