Japinha do CPM 22 confirma conversa vazada com garota de 16 anos
Japinha, baterista do CPM 22, confirmou ao site G1 que as imagens de um diálogo entre ele e uma fã que diz ter 16 anos, divulgadas no Twitter, são de uma conversa verdadeira. Nas mensagens, em 2012, eles falaram de namoro e virgindade. Japinha diz, hoje, que eram “brincadeiras” sem “intenção de seduzir”.
A conversa com o baterista, que na época tinha 36 anos, foi divulgada no dia 4 de junho de forma anônima, em um perfil chamado “Exposed emo” no Twitter. Nos últimos dias, a hashtag #exposed tem sido usada em denúncias de abusos e assédio feitas por mulheres.
A repercussão negativa aumentou nesta terça-feira (9), depois que o baixista do CPM 22, Fernando Sanches, saiu da banda. Ele fez o anúncio no Instagram, mas não disse o motivo. Japinha também diz não saber a causa. Mas diz que o resto da banda está “se prontificando” a defendê-lo.
Na noite desta terça, o baterista divulgou um texto, também no Instagram, em que diz que “jamais agiria com o intuito de machucar alguém”, e reclamando de “informações que não condizem com a verdade”.
A banda também se manifestou por meio de um comunicado geral publicado nas redes sociais. “Fomos surpreendidos com postagens sobre o comportamento de um integrante de nossa banda. Somos um coletivo onde cada um responde por suas atitudes. Mas uma coisa é clara: não compactuamos com atitudes desrespeitosas contra quem quer que seja. Nosso maior interesse é que tudo isso seja esclarecido o quanto antes.”
O site G1 procurou o baterista para esclarecer o texto. Japinha disse que, no perfil no Twitter, há comentários caluniosos e relatos que não são verdadeiros, mas que a conversa retratada no print foi real.
Nas imagens da conversa, após a fã dizer que tem 16 anos, ele pergunta se ela “já fez amor” e continua fazendo elogios e falando sobre namoro. Ele diz ao G1 que, ao falar de ciúmes e virgindade, estava brincando.
O post feito pelo perfil “Exposed emo” é introduzido por um texto que diz: “Relato sobre o Japinha em que ele tenta mentir a idade pra uma menina de 16 anos”. Na conversa, ele diz que tem 21 anos, e depois fala que tem “entre 18 e 80”. Ele também afirma ao G1 que era uma brincadeira.
Hoje, ele diz que o diálogo “incomoda” e que hoje não o teria de novo, mas que “não fez nada de errado”. Leia os principais trechos da entrevista abaixo.
G1 – Sua resposta no Instagram não deixa muito claro o que você considera verdade. Há alguma montagem nos prints?
Japinha – Tem vários tipos de publicações ali, é um perfil anônimo. Ninguém se identificou nem quis falar comigo. É difícil falar com alguém sem se identificar. Havia muitas histórias falando que eu tinha feito coisas erradas com uma menina ou outra. Mas lá tem os prints de uma conversa.
G1 – É disso que estamos falando, dessa conversa que aparece nos prints.
Japinha – Essa específica realmente incomoda, incomoda até a mim. Eu fiz uma brincadeira naquele momento com a menina. Falei que eu tinha oitenta anos. Ninguém em sã consciência conseguiria acreditar. A menina fala que não adianta mentir, sabia que eu tinha 38. Aí eu dei risada.
Estava rolando um clima meio de paquera, porque ela estava puxando papo comigo. Ela veio me procurar. Aí eu perguntei se ela tinha namorado. Ela falou que sim. Aí eu recuei. Brinquei e falei que não, eu tinha ciúmes. E aí ela falou que tinha 16 também, aí que eu recuei mais. Eu não tenho essa mania. Eu não gosto.
Na estrada, chegava ao ponto de eu pedir RG para as meninas para não ter que tomar nenhum susto nesse sentido. E o principal: eu nunca vi essa menina pessoalmente. Nunca falei com ela. Acho que ela até foi no show, mas não falou comigo. Eu falei: “Você falou que ia aparecer com o namorado e não apareceu”. E ela não respondeu. Ela mandou esses prints sem se identificar. Porque ela sabia que se se identificasse eu ia procurá-la e falar: “Por que você está fazendo isso?”
G1 – Mas as pessoas podem questionar o que você falou sobre “recuar”. Na conversa, ela diz que tem 16 anos e você continua.
Japinha – Mas conversar não mata ninguém. Eu não fiquei falando que queria… Tudo bem, teve um papo lá de virgindade. Eu até brinquei em relação a virgindade. Mas nunca querendo… sabe? Depois que ela falou que tinha namorado, eu já evito mulher com namorado. E já brinquei falando que tinha ciúme. Foi esse o sentido da conversa.
Eu consultei advogado para saber se tinha algum tipo de crime na conversa. E os três que eu consultei falaram que não há. Primeiro que eu nunca vi a menina, não encostei na menina. Não cheguei a falar: “A gente podia, a gente vai…” E aí começou a rolar essa proliferação de prints. E eu acabei tendo que me pronunciar.
G1 – Quais são as medidas legais que você diz que vai tomar?
Japinha – Tem pessoas me chamando de pedófilo, estuprador, e isso é calúnia. Se fosse verdade, alguém já teria me processado quanto a isso. Eu estou há vinte anos tocando e nunca ninguém veio falar comigo, não há prova, eu nunca fiz isso.
G1 – Você vai processar essas pessoas?
Japinha – Se continuar esses ataques, vou ter que tomar. Eu não queria, não gosto de brigar. Meu advogado falou que eu posso até ganhar dinheiro em cima dessas pessoas. Não é meu objetivo, não é o que eu preciso, não é o que eu gosto. Não gosto de briga, eu sou da paz. Sou espiritualizado, religioso.
Só que aí começou a esbarrar na banda. Os meninos da banda falaram: pô, se posiciona aí, Japinha, tão enchendo o saco. Sua imagem. É o Japinha do CPM. E eu falei: então tá, vou colocar um post, uma frase explicando. E que eu tenho também como me defender. E que estão colocando na internet informações que não são verdade.
G1 – Mas sobre a conversa reproduzida nos prints, você diz que era uma brincadeira, mas ela aconteceu, certo?
Japinha – Aquela conversa aconteceu. Isso eu não tenho medo de admitir. Logicamente se eu pudesse voltar no tempo e não ter mais aquela conversa, até pela dor de cabeça que ela gerou, eu não teria…
Mas se fosse me arrepender, eu me arrependeria de ter tido essa conversa, e não de ter feito alguma coisa errada, porque eu não fiz.
Tenho a nítida certeza e sensação de que eu não fiz. Se eu tivesse feito, ela não poderia ter entrado na justiça comigo, me processado? Agora ficar publicando sem por o nome, mandar para as pessoas circularem, eu achei que foi injusto.
G1 – O ponto central é o fato de você estar conversando sobre namoro, falando de sexo, sabendo que ela tem 16 anos em certo ponto da conversa.
Japinha – Vou falar uma coisa. Várias vezes na minha vida, até por essa questão da lei… Não que eu tenha essa vontade, que goste de meninas de tal idade, não tenho isso. Eu várias vezes evitei de ficar com menores de idade, com meninas até bonitas, até crescidas e interessantes, por saber que podia dar dor de cabeça.
E ali naquela conversa, era “direct message”. E aquela conversa estava divertida. Porque ela também estava rindo. E na verdade eu não estava com a intenção real de ficar com aquela menina. Principalmente porque quando eu soube que ela tinha namorado, já brequei. A questão da idade, eu vou te falar que várias vezes recuei.
E provavelmente recuaria se visse aquela menina e ela estivesse solteira. Com namorado muito menos. Tanto que a conversa não passou de uma esfera virtual. Não saiu dali. Não vi a menina no dia do show.
E aí, oito anos depois, porque você vê o post e é de 2012…. Se fosse crime, coisa que não é, já teria prescrito, inclusive. Quanto à questão da lei, eu estou tranquilo. Aí fui me aconselhar com advogado para poder me tranquilizar nesse sentido. Mas a questão virtual está me incomodando.
Eu já entrei com o pedido para as redes sociais tirar aquela página do ar. O jeito que foi colocado distorce a conversa. A manchete faz você começar a ler acreditando numa coisa que não rolou. Tanto que eu nunca mais vi aquela menina e nunca mais falei com ela, nem por mensagem e nem ao vivo.
Se eu dei continuidade para aquela conversa, naquele momento, é porque aquela conversa estava agradável. Não estava um clima de sedução, simplesmente. O pessoal pode ter achado isso aí, mas a maldade está no olho de quem vê. A bondade também. A beleza, né?
G1 – O Fernando (baixista) saiu da banda hoje. Foi por causa disso?
Japinha – Eu não conversei com o Fernando ainda. Mas ele já tinha um desentendimento dentro da banda. Não só comigo, mas com outros integrantes, o Luciano.
G1 – Você não sabe, então, o motivo?
Japinha – Para mim não foi falado.
G1 – O pessoal da banda te pressionou para se posicionar?
Japinha – Não, não houve pressão. Foi uma conversa, que a gente decidiu em conjunto. Eu falei que não queria falar nada, pois não queria dar palco a pessoas divulgando coisas erradas. Porque a gente falando toma muito mais proporção. Mas a banda achou melhor, e eu também. E agora a gente vai se posicionar também como banda.
A gente não pode deixar todo mundo falando mal de mim. Os caras me conhecem, sabem da minha índole, me acompanham há 21 anos. Nunca viram eu fazer mal para nem uma pessoa.
Nem um bicho. Sou vegetariano há 28 anos. Não como nem carne porque tenho dó dos bichos. Não mato nem uma formiga, nem um pernilongo, nem uma barata. E porque eu faria mal para uma mulher ou para uma menor? Por isso eles também estão se prontificando a me defender, porque a banda é unida.