Foto: André Fleury Moraes/JC

Gabinete da prefeita interferiu na compra do Palavra Cantada, diz Kobayashi

Em depoimento à Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara Municipal nesta terça-feira (25/07), a ex-secretária de Educação de Bauru, Maria do Carmo Kobayashi, informou que o gabinete da prefeita Suéllen Rosim interferiu diretamente na compra do material pedagógico Palavra Cantada, adquirido por R$ 5,2 milhões em agosto do ano passado, mediante dispensa de licitação por inexigibilidade, e que até hoje não foi implementado na rede municipal de ensino.

A reunião da Comissão, presidida pela vereadora Estela Almagro, é justamente sobre a aquisição do programa “Palavra Cantada na Escola”, pela Secretaria Municipal da Educação, mediante dispensa de licitação por inexigibilidade.

A revelação de Kobayashi pode mudar o cenário das investigações e mostra uma intenção do governo Suéllen em comprar o material mesmo sem aval da então titular da pasta.

Kobayashi diz que havia indicado outro material, mais barato, mas que nenhuma sugestão foi acatada. Em duro discurso, ela criticou uma série de interferências do governo na pasta.

Ela também apontou ter se surpreendido depois que Suéllen gravou um vídeo no almoxarifado da prefeitura, ao lado de um diretor de departamento da Educação, quando da chegada do material Palavra Cantada.

Kobaiashy reforçou em sua fala e depois em uma carta, que quem decidiu pela aquisição foi o gabinete – e jamais ela. Ainda segundo a ex-secretária, o governo esqueceu o projeto educacional que ela apresentou ao assumir o cargo.

Confira a carta divulgada pela ex-secretária:

Em nota, a Prefeitura alega que a Secretaria de Educação apresentou os dados técnicos favoráveis ao uso do material. Confira a nota:

NOTA DE ESCLARECIMENTO
A Prefeitura de Bauru esclarece que o processo para a aquisição do Programa ‘Palavra Cantada’ foi iniciado e teve toda a sua tramitação na Secretaria da Educação. A pasta apresentou dados técnicos com embasamento favorável para o uso do material. O Gabinete participou deste processo da mesma forma que participa de qualquer outro processo de compra.

Cabe ressaltar ainda que o município é obrigado a gastar 25% de suas receitas com a Educação, e por esse motivo, o Executivo autorizou a compra do material, considerado que o mesmo está em conformidade com o conteúdo pedagógico desenvolvido nas escolas municipais. Portanto, a compra foi feita por solicitação da equipe da então secretária da Educação, que deu parecer favorável ao uso do material.

Por Redação/JC

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