Dia Nacional da Adoção: Campanha ‘Adote um Boa Noite’ incentiva adoção tardia
Cerca de 5 mil crianças e adolescentes esperam para ser adotados no Brasil, apesar de haver mais de 32 mil pretendentes à adoção. A conta não fecha porque a grande maioria das crianças e adolescentes prontos para serem adotados tem mais de 7 anos, enquanto aqueles que estão na fila para adotar desejam crianças mais novas.
Para estimular a adoção tardia, como é conhecida, o Tribunal de Justiça de São Paulo tem o programa Adote um Boa Noite – www.tjsp.jus.br/adoteumboanoite. “Adotar adolescentes e crianças com mais de 7 anos é a maneira mais rápida de realizar o seu sonho de ser pai ou de ser mãe. E, principalmente, de realizar o sonho de quem quer ter alguém pra desejar um simples “boa noite””, afirma o TJSP em nota.
As dificuldades enfrentadas na pandemia diminuíram as adoções em 43% no Estado de São Paulo, mas varas de Infância e da Juventude continuam trabalhando remotamente e os processos de adoção continuam em andamento.
De acordo com o TJSP, as audiências ocorrem por videoconferência e, na tentativa de evitar o acolhimento, crianças e adolescentes que já estavam em processo avançado de adoção puderam passar a quarentena na casa de seus possíveis pais, mediante autorização do juiz. Um passo importante foi a decisão da Corregedoria Geral da Justiça do TJSP, que permitiu o envio de documentos por e-mail durante o período de isolamento social, viabilizando os pedidos de habilitação por mensagem eletrônica. Outra atividade que passou a ser on-line são os cursos para pretendentes, obrigatórios no processo de adoção.
Dados programa Adote um Boa-Noite
Lançado em 2017, o programa concretizou 25 adoções. Outros seis adolescentes que não participavam do Adote um Boa-Noite foram adotados por pessoas atraídas pelo projeto. Atualmente há 30 processos de adoção em andamento pelo programa.
O Adote um Boa Noite tem por objetivo estimular a adoção de crianças e jovens com mais de oito anos e/ou que possuam algum tipo de deficiência – cerca de 90% daqueles que se candidatam a adotar pretendem crianças pequenas.
Desde outubro de 2017, o site www.tjsp.jus.br/adoteumboanoite divulga fotos e relatos de crianças e adolescentes acolhidos pelo Poder Judiciário e, neste ano, foram inseridos alguns vídeos. A ideia é dar visibilidade a esses jovens, mostrando-os como sujeitos de direitos, parte integrante da sociedade, além de tentar contribuir com a evolução da concepção social de adoção, ampliando a baixíssima quantidade de adoções com esse perfil.
Só podem participar do Adote crianças e jovens para os quais já foi realizada a busca por pretendes nos cadastros, mas sem sucesso. Também é uma condição que a criança queira participar do programa, e, ainda assim, ela passa por avaliação da equipe técnica, com psicólogos e assistentes sociais.