Dengue: Bauru tem mais de 200 casos suspeitos e 3 mortes são investigadas só neste ano
O ano de 2024 começou em Bauru com elevado número de casos suspeitos de dengue, inclusive com três mortes em investigação. Segundo a Secretaria de Saúde, até 23 de janeiro foram registrados 61 casos da doença. O diagnóstico de outros 201 pacientes está em análise, bem como o de três que morreram. É o que mostra reportagem publicada nesta sexta-feira (26/01), no Jornal da Cidade e Cidade 360.
Somados os casos, as unidades de saúde públicas e privadas de Bauru têm atendido em média dez pessoas com sintomas da doença por dia desde o início do ano. A elevação da demanda por atendimento médico já é sentida nas redes pública e privada da cidade, que estão recebendo pacientes em número maior que o habitual.
“No início do ano, tivemos casos de diarreia provocada por quadro viral, mas isso já passou. Agora, o aumento dos atendimentos decorre principalmente da dengue. Consideramos que podemos estar no início de uma epidemia“, comenta a médica infectologista Maristela Pastore, que atende tanto pessoas que dependem do SUS quanto quem possui plano de saúde.
O alerta para o risco de uma epidemia de dengue ainda mais severa que a de 2023 — em Bauru, foram 14.351 casos e 14 mortes — começou a ser dado por autoridades de saúde ainda naquele ano devido ao ressurgimento do sorotipo 3 no Brasil, que há mais de 15 anos não causa epidemias da doença no País.
SOROTIPO 3
A retomada da circulação do Sorotipo 3 se deu inicialmente na região Norte, porém até o fim de 2023 14 casos já haviam sido detectados no Estado de São Paulo: em Votuporanga, Valentim Gentil, São José do Rio Preto e na Capital.
O retorno do sorotipo 3 é perigoso por causa da baixa imunidade da população. Isso ocorre porque o vírus da dengue possui quatro sorotipos e, quando um indivíduo é infectado por um deles, adquire imunidade contra este específico, mas ainda fica suscetível aos demais.
Neste caso, existe o risco do desenvolvimento grave da doença, mais frequente em pessoas que já foram infectadas e contraem dengue novamente, por outro sorotipo.
“Neste ano, assim como em 2019, quando Bauru teve sua pior epidemia de dengue (com 26.250 casos e 42 mortes), os pacientes têm apresentado o quadro clássico da doença, mas com queda abrupta de plaquetas. Alguns chegam em nível crítico e, mesmo quando não apresentam sintomas muito graves, precisam ser internados, já que o número baixo de plaquetas é fator de risco para o desenvolvimento de dengue hemorrágica”, esclarece Maristela.
Por Redação/JC/360