DAE apura redução de aquífero após 3º problema em bomba do poço Cardia
O poço Cardia, localizado na quadra 2 da avenida Cruzeiro do Sul, registrou queima da bomba submersa pela terceira vez consecutiva, neste mês, o que gerou alerta no DAE. Nas três ocasiões, segundo a autarquia, o equipamento danificado foi substituído por um novo, sem uso, e a causa de ter apresentado falha de forma tão rápida será, agora, investigada.
Entre as hipóteses preliminarmente consideradas, está uma possível redução do nível do Aquífero Guarani, responsável pela produção dos poços mantidos pelo DAE.
Inaugurado em 2010, o poço Cardia apresentou queima da bomba nos dias 8, 12 e 24 de outubro. Segundo o presidente do DAE, Leandro Joaquim, a sequência de falhas é anormal, até porque a unidade vinha operando regularmente com a mesma bomba desde abril de 2020.
Considerando a possibilidade de o equipamento, que precisa ficar submerso, ter funcionado sem contato com a água e o relê, que deveria desligá-lo nesta condição, ter ficado inoperante, o DAE aumentou a profundidade do poço – que já tinha mais de 300 metros – em mais 40 metros, após a constatação da segunda falha no mês.
“A possibilidade de rebaixamento do lençol freático é um assunto novo para a gente e iremos investigá-lo, porque verificamos que, em ao menos três ou quatro poços mais antigos, tem havido queda de produção de água”, revela.
A apuração se faz necessária porque, além da perda de capacidade de algumas unidades, o volume de bombas queimadas preocupa: em 2022 inteiro, foram 23 registros, quantidade que já foi alcançada em 2023, em 24 de outubro. Joaquim adianta que a autarquia irá analisar se houve redução da produção do poço Cardia e se, de fato, a quantidade de água retirada do subsolo pelo DAE está muito acima do ritmo de recomposição do aquífero.
Conforme o JC divulgou em março deste ano, o levantamento de dados sobre a disponibilidade hídrica do Guarani está sendo realizado em Bauru pela Universidade de São Paulo (USP), dentro do projeto Soluções Integradas Para Cidades Resilientes (Sacre), que conta com financiamento da Fapesp e convênio com a prefeitura.
A pesquisa deverá ter duração de quatro anos, com resultados preliminares apresentados no início de 2024. O declínio desta fonte de abastecimento ao longo de décadas de exploração já foi constatado e o objetivo é detectar se o problema é permanente ou pode ser revertido.
Confira a reportagem completa aqui.
Por JCNET