Por Agência Brasil

Com 175 casos em 2023, Bauru tem recorde histórico de estupros

A Polícia Civil de Bauru registrou 175 casos de estupro na cidade em 2023, recorde da série histórica divulgada desde 2001 pela Secretaria de Segurança Pública (SSP). O número é 22,4% maior do que o contabilizado em 2022. Em dez anos, a alta é de 42,3%.

De acordo com as estatísticas, divulgadas na sexta-feira (26), do total de registros no ano passado, 142 (81%) foram boletins de ocorrência por estupro de vulnerável, ou seja, contra crianças e adolescentes menores de 14 anos ou outras vítimas que não tinham o discernimento necessário para consentir na prática sexual, como é o caso de pessoas com deficiência intelectual ou embriagadas ou sedadas.

Elas também foram os alvos preferenciais dos agressores em anos anteriores, desde que a tipificação de estupro de vulnerável começou a ser divulgada separadamente pela SSP. Titular da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Bauru, Márcia Regina dos Santos atribui a alta ao fortalecimento da rede de proteção às vítimas em unidades de saúde, escolas, serviços de assistência social, conselhos tutelares, polícias e no Judiciário.

“Se uma criança vai a uma UPA e um funcionário suspeita de abuso sexual, já faz a oitiva e a encaminha a todos os órgãos. O mesmo ocorre nas escolas, no Creas. Essa informação não se perde. Antigamente, não existia isso, até porque muitos profissionais não tinham a orientação adequada e não sabiam lidar com esse tipo de situação”, pondera.

ESTADO
Ainda segundo dados Secretaria de Segurança Pública, com 14.504 casos em 2023, o número de estupros registrados pela polícia no estado de São Paulo é o maior da série histórica.

A série histórica começa em 2001, quando foram registrados 3 mil estupros. Em 2009, entretanto, a legislação sobre o crime mudou, e passou a considerar estupro qualquer ato sexual praticado com sem consentimento, como um toque íntimo, por exemplo, e não apenas a conjunção carnal. Isso levou ao um aumento expressivo nos registros.

PERFIL
Segundo a SSP, 73% dos casos registrados no País ocorrem dentro de casa, sendo que, em sua maioria, os agressores são da mesma família ou companheiros amorosos das vítimas. Esta realidade também é verificada em Bauru, afirma Márcia. “E as vítimas dos estupros de vulnerável, que predominam, são, majoritariamente, menores de 14 anos”, completa.

Por Redação e JCNet

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