COI define programa de Paris 2024 com igualdade de gêneros e confirma breaking
O Comitê Olímpico Internacional (COI) definiu nesta segunda-feira (07/12), o programa de esportes das Olimpíadas de Paris 2024. Os principais destaques são a inclusão do breaking (breakdance) e as confirmações de surfe, skate e escalada, esportes que estrearão nos Jogos em Tóquio 2021. Caratê e beisebol/softball estão fora.
Em meio a estas trocas, o número total de participantes e de eventos sofreu reduções significativas e pela primeira vez haverá igualdade de gêneros: serão no total 10.500 competidores, cerca de 600 a menos do que atualmente. O número total de eventos será de 329, 10 a menos que em Tóquio 2020.
O Parkour, esporte que gerou polêmica e protestos dos próprios praticantes contra a inclusão, não foi aceito pelo COI. As mudanças anunciadas pela entidade não passam somente pela adição ou exclusão de esportes, mas muito pelo remanejamento de vagas dentro de esportes já consagrados no programa de eventos. Para Paris, levantamento de peso e boxe são os que mais perdem espaço.
O COI foi claro que as reduções são reflexo da insatisfação da entidade com a forma como os esportes são geridos. No caso do levantamento de peso, pesam os recorrentes casos de doping. Em Paris o esporte terá apenas 120 vagas, com cinco categorias para cada gênero. Isso representa uma redução de 76 vagas em relação a Tóquio e a menos da metade do que havia na Rio 2016.
O boxe em Paris terá 252 vagas contra 286 de Tóquio, pela primeira vez com igualdade de participação para homens e mulheres. Ciclismo e atletismo são outros dois esportes em que o total de participantes de ambos os gêneros finalmente será igualado.
No atletismo essa paridade será possível pelo o corte da marcha atlética de 50km. A Federação Internacional havia proposto a inclusão dos 50km feminino, mas para que não houvesse aumento do número total de participantes a opção foi pelo corte. Um evento misto poderá ser adicionado, havendo a possibilidade de conquista de uma segunda medalha para ambos dos gêneros.
A vela terá como novidade a inclusão do kitesurfe, que terá disputa mista, assim como a classe 470. A canoagem conseguiu a inclusão da canoagem slalom extreme, que pode ser positiva para o Brasil. Ana Sátila, por exemplo, foi campeã mundial em 2018, enquanto Pedro Henrique Gonçalves foi bronze no Mundial de 2019 nesta prova.
Na canoagem velocidade, uma mudança em uma das provas em que Isaquias Queiroz e Erlon de Souza então entre os melhores do mundo. O C2 1000m, em que a dupla foi prata na Rio 2016, dará lugar à disputa do C2 500m, prova em que a dupla foi campeã mundial em 2018.
Ao todo 20 das 27 Federações Internacionais esportivas teriam solicitado ao COI algum tipo de alteração em seus respectivos programas, fossem pela inclusão de novos eventos ou pela alteração do número de participantes em determinadas provas. Desde o princípio do processo o COI afirmou que só consideraria propostas que não necessitassem de um novo local de competição ou aumentassem o número total de atletas por esporte.
Antes de anunciar o programa olímpico dos Jogos de Paris, o presidente Thomas Bach falou sobre algumas das medidas que estão sendo definidas pelos organizadores de Tóquio 2020 em combate à Covid-19. Um guia será compartilhado com todos os Comitês Olímpicos Nacionais, mas ele adiantou que as delegações terão que planejar uma estadia curta no país.
O principal ponto divulgado no momento se refere à saída dos atletas, que terão que deixar a Vila Olímpica no máximo dois dias após o fim de suas respectivas competições. Não será permitido esperar para participar da cerimônia de encerramento, por exemplo, caso o evento do atleta termine antes deste prazo. A presença nas cerimônias, aliás, é um ponto que ainda não está claro.
Bach também aproveitou a coletiva de imprensa online para anunciar sanções a autoridades de Belarus pela interferência política no esporte nacional. O alemão disse que o presidente do país Alexander Lukashenko e a atual diretoria do Comitê Olímpico de Belarus estão proibidos de comparecer às Olimpíadas de Tóquio no ano que vem.
Todos os pagamentos feitos ao Comitê, exceto os feitos para a preparação dos atletas para Tóquio 2020 e Pequim 2022, foram suspensos. E o pagamento de bolsas para atletas, que era feito por intermédio do Comitê, agora será feitos diretamente aos beneficiados. As medidas poderão ser revistas.
“No último encontro do Comitê Executivo do COI abriu um processo formal, e conclui-se que a atual liderança do Comitê de Belarus não protegeu os atletas de descriminação política, o que é contra os princípios da carta olímpica e afeta a reputação do movimento olímpico. O COI vai seguir monitorando a situação para reavaliá-la. Queremos assegurar que os atletas participarão das classificatórias olímpicas sem discriminação”, disse Bach.
Por G1