Bauru tem alta contínua de casos de sífilis
Os casos de sífilis em Bauru têm aumentado, como apontam dados da Vigilância Epidemiológica. Segundo a instituição, em 2022 foram 630 diagnósticos, em 2023 foram registrados 685 e no ano passado foram 790 casos. O Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) da Prefeitura de Bauru afirma que os números são um alerta, considerando o tamanho da cidade. A instituição também explica que no Carnaval as Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) tendem a aumentar.
“A sífilis é uma grande preocupação para a saúde pública. Por trás de cada diagnóstico existem pessoas que estão com a doença e não foram testadas”, explica a enfermeira chefe de seção, Mayara Faria. Ela conta que de janeiro até fevereiro deste ano, o CTA confirmou 24 casos da doença.
A profissional explica que a sífilis tem cura e se o paciente for tratado no início pode evitar complicações. Quando não é diagnosticada a doença pode gerar sequelas graves e até a morte. Faria indica que uma dificuldade para o diagnóstico é que muitas pessoas permanecem assintomáticas.
“A sífilis primária desenvolve um ‘cancro duro’ que aparece nas genitálias. Pode até parecer um pelo encravado, não dói, não coça e desaparece sozinho. Depois de um tempo – período latente – aparecem manchas avermelhadas ou acastanhadas nas palmas das mãos ou solas dos pés, mas também podem aparecer em outras regiões do corpo”, explica.
A sífilis terciária é o estágio grave da doença, que pode ser evitado. A bactéria atinge um órgão do corpo, pode ser o cérebro ou coração, por exemplo. “Isso pode desencadear um monte de repercussões neurológicas, os sintomas variam de acordo com órgão atingido”, alerta a enfermeira.
PREVENÇÃO
O uso do preservativo nas relações sexuais é única forma de prevenção da sífilis, como informa a profissional. Ela explica que a prática de sexo oral também é uma forma de transmissão. Segundo o Ministério da Saúde, o ‘cancro duro’ também pode se manifestar na boca ou no ânus.
Em casos de rompimento do preservativo, é preciso contatar o CTA imediatamente, através do telefone (14) 3234-2576. No local, o paciente pode tomar remédios gratuitos para prevenir outras ISTs. Após 30 dias, a pessoa retornará ao centro, localizado na rua Quinze de Novembro, 3-36, para realizar novamente o teste de sífilis, pois a doença demora para ser detectada.
“Em relação ao HIV, existe a Profilaxia Pós-Exposição (Pep), que é usada quando a pessoa foi exposta ao risco. Esta pode ser tomada em até 72 horas. Também há a Profilaxia Pré-Exposição (Prep), que o paciente toma para evitar a infecção do vírus.
A profissional alerta para objetos cortantes, como seringas, giletes e alicates de unha que podem transmitir essas doenças, assim como a hepatite, pelo sangue.
Por JCNET